Era madrugada e eu não havia conseguido dormir ainda. A tarde ao lado de Pietro tinha sido muito boa, aliás cada vez mais sua companhia agradava-me, o que fazia eu considerar ainda mais sua sugestão: Continuar meus estudos em Reviera. Porém, quando eu vim para essa cidade, possuía apenas objetivo de cumprir a última vontade de Rodrigo, para depois deixar tudo para trás... Seguir em frente era a única maneira que eu via de cortar por completo as amarras que me prendiam ao passado. Talvez fosse essa minha única chance curar tamanha ferida causada principalmente pelas mentiras de meu pai...
Mas não posso deixar de pensar em tudo que perderia se eu decidisse partir. O melhor ano de minha vida foi aquele que passei ao lado de Rodrigo, que por sua vez eu jamais esqueceria, pois sempre minha memória manteria cada minuto recente como se tivesse acabado se ser vivido. Infelizmente, por conta do acidente, qualquer fotografia que eu tivesse ao lado dele foi perdida para sempre, ou seja, só poderia contar com minhas lembranças para poder lembrar de nós dois juntos. Partir de Riviera significaria abrir mão de uma oportunidade que eu poderia nunca mais encontrar, que seria a de voltar a estudar medicina. Eu passei tantos anos me dedicando para entrar nesse curso, o qual sempre foi meu sonho... E é claro... Se eu partir agora, posso perder a oportunidade de conviver com a pessoa que Rodrigo mais admirava. Pietro...
Eu não sabia o que decidir... Fechei meus olhos na esperança de conseguir enxergar alguma saída mais fácil. Mas tudo o que eu consegui foi prestar atenção no barulho da chuva começava a cair contra a parede da velha casa em que estava hospedada, pois minha mente permanecia obscurecida para encontrar a resposta. Esse momento de distração não me permitiu perceber que eu tinha companhia, em vez de estar presa em minha solidão. - Você está bem? - Ah!!!
- Meu Deus! Você me assustou Sra. Daphné. - Desculpe criança! Eu não esperava ver ninguém acordado a essa hora, imaginei que alguém pudesse ter esquecido a luz da sala acesa. -Não esqueceram... Sou só eu com um pouco de insônia. Acho que passei tanto tempo dormindo que sinto ainda um pouco de angustia para pegar no sono...
Irene me olhou ternamente, como se soubesse que havia mais coisas para serem ditas do que eu realmente havia revelado de fato. Ela aproximou-se e sentou ao meu lado, repousando sua mão esquerda no meu ombro direito, como que se estivesse me confortando. -Isabelle... Me corta o coração ver que uma moça tão jovem quanto você já tenha sofrido tudo o que você sofreu. Vou entender se você não quiser desabafar com essa coroa, mas pelo menos escute o conselho dessa que vos fala: guardar as coisas para si só vai tornar sua vida pior...
Irene tinha um tom melódico em sua voz que lembrou-me muito de minha mãe e com certeza isso fez com que eu gostasse de sua pessoa quando a conheci e felizmente ela parece ter gostado de mim também. -Esta tudo acontecendo tão depressa... Existe um vazio gigantesco dentro de mim, Irene. Parte por ter perdido minha mãe para o câncer, e outra parte pelo que meu pai fez... Ele não tinha o direito de ter feito o que fez com minha mãe... Isso foi a morte dele para mim... Eu não quero nunca mais olhar na cara dele. Mas para eu me certificar disso eu terei de ir embora da cidade... -Mas embora para onde, meu anjo? Eu pensei que tivesse ficado amiga de Luana e Pietro. Isso não conta? -Isso conta, e muito... Pietro pediu para eu ficar. Ele colocou em minhas mãos a oportunidade de voltar para a medicina. Isso sem mencionar que ele cada dia mais tem mostrado ser um grande amigo. Algo que que eu não poderia desperdiçar...
-Então eu acho que você já possui a resposta se deve partir ou começar a criar novas raízes. -Possuo? -Isabelle, você tem medo de que, caso você decida permanecer em Riviera, seu pai apareça e então você teria de olhar para sua face novamente, mas então eu lhe pergunto. Vale a pena abrir mão das coisas boas que a vida está te dando no presente por esse medo de um futuro improvável? Você compreende? -Compreendo, e acredito que tenha total razão!
-Você vai ficar então? -Ficarei! -Wan! Mas que boa notícia! E qual vai ser sua primeira ação, "nova cidadã de Riviera"? -Arranjar um emprego de meio período... Já abusei de mais de sua hospitalidade... -Claro que não, criança! Pode ficar aqui o tempo que quiser... -Eu prometo que um dia lhe retribuirei tudo que a senhora fez por mim, Sra. Daphné... É uma promessa...
Quatro meses depois
Após minha decisão de permanecer em Riviera os primeiros quatro meses passaram num piscar de olhos. Pietro ficou muito contente quando lhe disse que havia decido ficar, aliás, neste tempo que se passou nós nos aproximamos consideravelmente. Tudo começou quando ele me explicou como eu poderia regressar aos estudos. Não seria fácil, pois eu teria que fazer uma prova muito complexa e concorrida e passar por uma seleção psicotécnica, caso alcançasse a média necessária. Além disso, tinha pouco tempo e estava enferrujada em alguns pontos, ou seja, era quase impossível. Quase. Eu tive muita sorte de ter Pietro ao meu lado, pois ele passou alguns dias, e até algumas madrugadas me ajudando a estudar. A ajuda de Pietro foi determinante para que eu pudesse retomar meus estudos. Foi a partir daí que eu e ele passamos de conhecidos para quase inseparáveis... Após receber a carta da universidade dizendo que estava aprovada meu coração quase entrou em êxtase. A primeira coisa que fiz foi contar para Pietro que ficou tão contente quanto eu. Entretanto o primeiro obstáculo que eu teria de enfrentar seriam as mensalidades as quais eu teria que pagar. Isso me levou a busca por uma renda. No caso a primeira ideia que me veio a mente foi a de dar aulas particulares de inglês e matemática e estava me ajudando... Aos poucos eu teria dinheiro para alugar uma casa.
Aquela semana havia começado agitada, o verão ainda não tinha iniciado, mas o calor já estava batendo à nossa porta. Pietro havia finalmente me convencido a matricular-me na academia com ele. Enquanto ele corria sem grande esforço, eu quase perdia um pulmão pela boca tentando melhorar minha condição física. Pela academia encontrar-se no campus da universidade eu não precisava pagar para poder frequenta-la, pois afinal era aluna e esse era um dos benefícios.
-Você vai se acostumar! Com o tempo a dor vai muscular não vai ser tão ruim. -Vou ficar feliz se eu conseguir andar amanhã. -Credo, como você é exagerada! -Ah claro! Para você é fácil falar... -Deixa disso! Aposto um xis Burguer da sua lanchonete preferida que daqui a uma semana você corre um quilometro sem cansar. -E lá se vai a tentativa de ser fitness... Se eu fosse você não me superestimava, hein?
Dito e feito! Ok. Admito.. A segunda semana foi menos pior que a primeira, entretanto eu ganhei a aposta, pois não consegui correr meu primeiro quilometro direto como Pietro disse que seria, ou seja ele teria que me pagar um xis burguer. E não era qualquer xis burguer, era o melhor de Riviera. -Você não me parece muito desapontado de ter perdido a aposta.
-É que, francamente, nunca vi alguém ficar tão feliz por causa de comida. Você olha para a comida como se fosse sua última refeição... Isso chega a ser algo engraçado de se ver... -Nossa, nunca mais vou comer nada na sua frente, Pietro! -Eu só estou brincando, sua boba! você realmente não tem lá muito senso de humor... -Uma dica: Não tente me irritar quando estiver com fome. Porque você vai conseguir! -Nossa, que medo.
Minha amizade com Pietro era assim: Ora discutíamos como cão e gato, ora estávamos rindo e nos divertindo como dois adolescentes. Era bom poder estar me sentido tão leve, rir de coisas bobas e fazer algo que pensei que nunca mais fosse conseguir fazer: Seguir em frente. Eu lembrava de Rodrigo todos os dias, mas já não ia mais dormir chorando por sua morte ou de minha mãe. A ferida estava cada dia mais cicatrizada.
-Obrigada, Pietro. -Pelo que, Isa? - Disse um pouco sem graça com meu abraço repentino. -Por estar aqui, eu acho que não conseguiria sem você... -Você me agradece, mas sou eu quem devo agradecer a você...
De fato muitas mudanças ocorreram nesses meses. Dentre elas foi entre Luana e Mauro. Ambos haviam vivido uma história que tivera um final turbulento, que causara muitas feridas para ambos. Entretanto, Luana teve tempo para pensar sobre colaborar ou não com a aproximação de Giovana com seu pai, mas foi durante uma tarde qualquer que chegou a sua conclusão final: Sua filha caminhava desanimada em diração a seu quarto, quando Luana perguntou o que a aflingia. A menina apenas lamentava-se por sua timidez a impedir de fazer amigos. Luana acariciou o rosto de Giovana, olhando no fundo de seus olhos, reparando pela primeira vez que a menina possuia o mesmo olhar inocente que Mauro tinha quando o conheceu. Essa semelhança a fez refletir o quanto a menina possuia de seu pai e quanto sofrimento ele poderia evitar se pudesse estar ao lado dela nessa fase difícil que era a pré-adolescência. Não demorou muito até que, depois de conversarem, Mauro convencesse Luana a mudar-se para sua casa com Giovana. Com algumas condições, obviamente.
-Luana eu sei que as coisas não vão voltar a ser como antes, mas muito obrigada por você me dar essa chance! -A chance não foi para você, Mauro... Foi para Gio... Ela merece ter um pai... -Eu prometo a vocês que vou fazer o meu melhor para o futuro da nossa filha... Mesmo ela achando, por enquanto, que sou o "namorado da mamãe". -Amigo da mamãe! -A mesma coisa! -Nada disso! Vamos dormir em quartos separados! -E mesmo que usassemos o título de "namorados", que espécie de exemplo de relacionamento você acha que eu quero que nossa filha tenha? -O que? Hahahaha! Vou até dormir depois de ouvir essa, boa noite "paizão". -Espere! -O que?
Mauro escondia em sua mão esquerda uma linda rosa vermelha, recém colhida de seu jardim, a qual presentiou Luana. Seu olhos olhavam fixamente para o rosto de seu antigo amor e por um breve momento parecia que o tempo não havia passado de fato. Tentou desviar o olhar, mas não consguiu segurar o sorriso de gratidão que lhe brotava desde as maças do rosto. Luana sentiu um calor em seu coração quando tomou a flor para si. Rosa era sua flor preferia. Por mais difícil que possa ter sido a vida dela, seu coração ainda mantinha intacta as bos lembranças que vivera a pouco mais de uma década.
-É linda Mauro...
-Eu me lembre de que você sempre gostou de rosas. Achei que gostaria de pô-las no seu quarto, ou algo assim... -Era eu quem plantava as rosas na casa de vocês...
Num impulso Mauro segurou em ambas mãos de Luana, quase que sussurrano:
-Foram essas mãos que me ensinaram a plantar... Hoje é um dos meus hobies preferidos. -Mauro... Por favor... -Desculpe,foi... Involuntário... Eu não tive... -Tudo bem! Olha só... Você vai descobrir que a Giovana é uma pedra dormindo. Eu vou tentar dormir, agora, pois mais tarde eu vou trabalhar... -Você não precisa mais trabalhar... -Preciso sim. Quero que minha filha tenha como exemplo uma mãe trabalhadora. Não uma acomodada... -Tudo bem, então... Bom sono.
Mais tarde... -Está gostando daqui Giovana? -Ta brincando? Nossa, é incrivel, tio Mauro... -Sua mãe me falou que você anda um pouco desanimada, quer conversar sobre isso? -Eu não sei como ela poderia pensar numa coisa dessas, eu ESTOU TÃO FELIZ! -Auto lá, baixinha, saiu um pouco irônico essa sua frase. -Parece que um dos meus problemas você ja falou. -Não saber atuar? -EU SOU UMA ANÃ. As meninas vivem rindo de mim por isso... Por eu ser baixa, por eu ser feia, por eu nunca ter beijado... -Essas garotas provavelmente tiveram o azar de terem sido criadas por pessoas assim Giovana, tente relevar. -Falar é facil... -Ei... Me escuta! Você é linda, ta me ouvindo? parece uma princesa. -Princesa Fiona... Por que os meninos não vêem isso... -Garotos na sua idade são uns idiotas. Eu posso dizer por ja tive a sua idade, princesa. Mas olha, depois de um tempo, eles crescem, e tudo ocorre como deve acontecer...
Longe de tudo que me circulava, mais dia começava para Carolina, Alex e Júlia. Uma manhã, que tinha tudo para ser tranquila, logo revelaria ser uma das piores para aquela família. Enquanto Carol caminhava pelos corredores do que um dia já foi minha casa, acompanhada somente por seus próprios pensamentos, Júlia permanecia adormecida. Há alguns dias a pequena começara a sentir-se indisposta, mas o que tinha tudo para ser gripe, em sua condição, poderia representar algo mais serio.
-Júlia, amor, acorda! Ta na hora hora de eu te levar para a quimioterapia! -Mãe? Ah... Não posso ficar dormindo? -O que é isso, Jú? Nunca vi você tão preguiçosa... Anda levanta!
-Pronto! Ai, mãe... Eu to tão enjoada... Eu preciso passar por isso hoje? Fico pensando se antes eu já estou assim... Imagina depois?
-Júlia, como que você quer melhorar, meu amor? Olha, eu sei que é horrível para você, mas eu estou ao seu lado, minha filha! Eu e seu pai! -Mãe, fica um pouco comigo... Eu to com medo... -Amor... É claro que sim!
Júlia estava com o olhar profundo, cheio de medo e angustia. A pequena havia criado uma máscara onde aparentava ser forte e invencível, pelo menos em sua mente fértil de uma menina de quase 7 anos de idade, pois sabia o quanto sua mãe sofria por ver ela adoecendo dia após dia. Carolina sentou-se ao lado da menina, porém a pequena permaneceu por alguns instantes catatônica até seus olhos transmitirem o que seu coração não aguentava mais segurar: Pavor. -Mãe, eu não quero morrer! Carolina abraçou forte sua filha, permanecendo firme, a loira fechou os olhos evitando que seus olhos revelassem todo o medo que a mesma sentia. Quando os abriu novamente olhou fixamente nos olhar assustado de Júlia e disse confortando-a. - Vou te contar um segredo, está bem? -Ta... -Nós, adultos, também sentimos medo. E sabe filha é normal sentir-se assim. -O que vocês fazem quando estão com medo, mamãe? -Eu fecho meus olhos e procuro me lembrar de uma história que eu gosto muito e me imaginar dentro dela. -E que história você se imaginava? -Ih... Várias... Mas acho que a minha preferia sempre foi a Alice no país das maravilhas... -Eu acho que consigo fazer isso... -Está mais calma? -Estou sim, mamãe... Obrigada... -Eu te amo, amor... Eu estarei sempre aqui para te proteger... Nunca se esqueça disso.
Após alguns passos fora do quarto de Júlia, as pernas de Carolina ja não era mais capaz de segurar o peso que estava sobre suas costas. Um vazio tão profundo surgiu-lhe à boca do estômago que lhe deixou quase que sem equilíbrio. Apoiava-se contra a parede branca e fria da sala com uma mão enquanto a outra, Carolina apoiava em seu abdômem curvado. -Minha filha não vai morrer! Alex se aprontava para levar Júlia a próxima seção de quimioterapia quando encontrou Carolina aos prantos no canto da sala. -Carol! O que houve?!
-Alex... Minha... Nossa filha não pode morrer... Ela não pode! -Ela não vai! Júlia é forte! Ela vai sair dessa! -Ela está tão frágil... Alex se aproximou de Carolina, envolvendo-a entre seus braços. Ele, vendo o quanto aquela mulher estava destruída e com medo de perder seu bem mais precioso, prometeu o impossível. -Eu prometo, Carolina, Não vou deixar nossa filha morrer! Falaremos com o médico hoje para saber o que está acontecendo. -Você promete que ela não vai morrer?
-Eu prometo.
De todos os lugares que a universidade me oferecia, não era surpresa nenhuma que meu lugar preferido fosse a biblioteca, e a biblioteca daquele lugar era pelo menos o dobro da minha antiga instituição. Eu acabara de sair de uma aula de anatomia extremamente complexa, então para me distrair, dirigi-me até o meio daquele monte de livros antigos. Era para eu dar aula partículas de matemática para uma garota de 13 anos, porém ela me ligou momentos atrás perguntando se podia remarcar para o dia de amanhã, o que, claro eu disse que sem problemas, isso me garantiu uma tarde para mergulhar de cabeça em algum romance do século XIX.
Eu me sentia muito feliz com o rumo que minha vida estava seguindo. Tomando minhas próprias decisões, estudando por prazer, ganhando meu dinheiro, que logo seria suficiente para eu poder alugar minha casa. Então é assim que é se sentir adulta de fato? Eu estava gostando dessa nova Isabelle mais responsável. Após selecionar um livro, com um título no mínimo peculiar, sentei-me a um sofá próximo a estante, cujo conforto parecia-me bastante apropriado. O nome do livro era "O som do seu coração". Passei meus olhos rapidamente pela sinopse da história e concluí que era algo que Pietro fosse apreciar. Pelo menos em partes. A história passava-se no inicio do século XX, na Inglaterra. Falava sobre a vida de um famoso pianista, que perdera esposa e filho na primeira guerra, e de como o mesmo fechou-se tão dentro de si que tornou-se sombrio e solitário, pelo menos até Emily Dawson aparecer em sua vida trazendo cor e principalmente inspiração para o músico. -Adorei... Com certeza irei sugerir o livro a Pietro...
E falando em Pietro, o que ele estaria fazendo nesse exato momento? Pelo o que eu havia ouvido falar, Pietro possuía um grande dom com a musica, mas além desse talento técnico, o qual ele ainda não me mostrara, Pietro possuía grande conhecimento da parte teórica. Conhecimento suficiente para a própria universidade oferecer uma vaga como professor. Eu estava tão orgulhosa dele que mal pude conter a minha alegria quando ele me contou a novidade.
-E falando na princesa... Ele me mandou uma imagem pelo whatsapp... A imagem mostrava que ele fazendo uma careta em um lugar que parecia umas duas quadras longe da biblioteca... Pietro Perini está digitando...
No celular: -Hey, foguinho, pode falar? -posso! Fala Pietrita! -Posso te ligar? -Pode!
-"Pietrita"? Se puxou dessa vez... -Hahaha, O que foi? "Graça" é meu segundo nome... -Ah claro! Havia me esquecido... Que "ruivisses" anda aprontando e onde? -Eu estou na biblioteca aqui do campus... E achei um livro que é a sua cara Pietro. Vou retirar ele, quero ler ele com calma e depois de passo o nome certinho. -Faz propaganda de livro e depois diz qua vai ler primeiro... Isso é maldade... -Deixa de besteira!
-Mas assim, se você está aí na biblioteca, significa que está proxima daqui. -Sim... -Bem, brincadeiras a parte... Eu tenho um presente para você, acredito que vai gostar muito. -Presente? Mas não é meu aniversário nem nada... -Só me encontre nesse endereço que eu vou te passar por whats, tudo bem? Confie em mim. -Eu confio. Estou indo para aí! Chego em alguns minutos, Pi... -Okay... Beijos, linda, até daqui a pouco. -Beijos...Lindo...
O endereço que Pietro me passara era de um pequeno e antigo museu da universidade. Sua fachada havia recém sido pintada de branco. Concluí isso pelo cheiro da tinta fresca que ainda secava ao meu redor. Eu olhei para os lados e nada de encontrar Pietro. Caminhei em direção a varanda do lugar, e para minha surpresa, lá estava ele.
Pietro estava bem diante de mim sentado em um Piano de cauda, branco. Ele sorria, um pouco envergonhado, enquanto olhava ternamente em meu olhos. Vestia uma camiseta social e tom cinza que destacava ainda mais seus olhos azuis, claros como aquele dia quase que sem nuvens. -Isabelle... Você sabe melhor do que ninguém, que desde que Rodrigo faleceu, há cinco meses, eu não consegui mais tocar piano... Mas desde que começamos a nos aproximar, eu senti como se tivesse ganhado uma segunda chance com a musica. Eu pedi para que você viesse porque quero te mostrar o quanto sou grato por sua amizade e por tudo que estamos passando juntos...
-Pietro eu... -Por favor, não diga nada ainda... Só escute... Ao ouvir as doces palavras de Pietro, não pude deixar de sorrir. Meu coração primeiro quase parou quando o viu sentado no lindo piano branco, porém sua palpitação acelerou quando o mesmo começou a dizer coisas tão lindas... Não era só ele que sentia que havia ganhado uma segunda chance, eu também sentia isso em cada molécula de meu corpo, porém não havia lhe dito com todas as letras isso. Não como ele acabara de fazer, pelo menos...
E então suas mãos ligaram sua alma a aquele instrumento magnífico...
Muitas imagens rondaram minha memória enquanto ouvia aquela música encantadora. Primeiro me vieram a lembranças. Era impossível não me lembrar do dia que Rodrigo tocou Clair de Lune para mim. Lembrei-me também do brilho de seus olhos quando nós dois riamos de uma piada qualquer durante um piquenique no parque, minha única preocupação era de não passar nos testes de minha antiga instituição, depois me peguei imaginando como as coisas teriam sido se não tivesse seguido, se não tivesse acontecido o acidente... Toda vez que eu pensava "E se", era como levar um grande soco no estômago, pois eu sabia o quanto era doloroso pensar como tudo poderia ter sido diferente. E por fim, enquanto Pietro concentrava-se em sua melodia, eu me vi pela primeira vez conseguindo visualizar meu futuro. Para minha surpresa, eu pude ver vários rumos para minha vida, podia me enxergar de vinte maneiras diferentes quando tivesse 60 anos de idade, porém, só não conseguia mais me imaginar longe daquela pessoa que se tornara cada dia mais importante para mim. Pietro...
A musica finalizara enquanto meus olhos, umedecidos, seguravam as lágrimas. Pietro permanecera em silêncio e com os olhos fechados. -Pietro... O que eu acabei de ouvir foi algo que... Não há descrição... Foi simplesmente a coisa mais linda que eu já ouvi em toda minha vida...
-Deus... Eu não sabia o quanto sentia falta... Eu nem sei como agradecer você, Isabelle... Você não sabe o quanto significa para mim ouvir você dizer isso... Principalmente você... -Eu não me referia só a musica, Pietro... Você foi sincero com o que você falou? -Em cada palavra...
Eu imediatamente corri até Pietro, abraçando-lhe como nunca havia lhe abraçando antes. Senti seus braços musculosos puxarem-me contra seu peito com força suficiente para que eu pudesse sentir seu coração bater forte. Tão forte quanto o meu batia naquele momento. Permanecemos assim por alguns segundos, até que fomos nos afastando vagarosamente um do outro...
-Pietro... Eu... Nossa! Há tanto para ser dito que eu nem sei por onde começar... Mas eu acho que o mais importante é você saber que, sem sombra de dúvida,VOCÊ é uma das pessoas mais importantes para mim... E isso tem algum tempo já...
-Isabelle... Eu... -Pietro... Pietro mantinha seus olhos compenetrados aos meus, enquanto eu tentava, sem sucesso, buscar algo em minha mente para acrescentar ao nosso diálogo. Pietro se aproximou alguns centímetros de meu rosto. E eu não me afastei.
Fiquei observando-o por alguns instantes e percebi sua mão esquerda aproximando-se de me rosto sutilmente enquanto meus olhos fechavam-se e sentiam aquela primeira carícia que acontecia entre nós. Sua mão estava quente, porém não estava suada. Era algo bom, que me fazia sentir algo que há muito não sentia... De repente percebi o quanto gostava de sentir o que estava sentindo... Algo dentro de mim começara a mudar. E foi quando eu abri meus olhos que eu tive certeza... Meus sentimentos por Pietro estavam mais fortes do que nunca. E não exatamente da maneira que eu imaginava...
Pietro continuava sem dizer uma palavra, e eu agora entendo o motivo. Não havia mais nada para ser dito. Tudo estava claro e cristalino: Eu estava apaixonada pela ultima pessoa pela qual eu deveria me apaixonar... E prestes a fazer a única coisa que não saía de minha cabeça.
Eu não conseguiria evitar minha próxima ação nem se eu quisesse, pois depois que abri meus olhos me vi hipnotizada pelos olhos de Pietro que já estava a poucos centímetros de distancia de meu rosto. E então tudo parece que aconteceu tudo em câmera lenta: Pietro levou sua mão direita atrás de minha cabeça enquanto a mão esquerda puxava-me contra seu peito. Seus lábios encontraram-se aos meus como dois imãs, eram macios e quentes. Em seus braços eu me sentia protegida. Pude sentir que ele queria que aquilo acontecesse tanto quanto eu naquele momento.
Naquele mesmo instante no hospital...
Havia muito movimento no hospital naquela semana, e Marcos contava com a ajuda de Carla para conseguir dar conta de todos seus pacientes. No mesmo instante que eu estava com Pietro algo sem explicação acontecera na presença de Carla no hospital. Algo inacreditável... -Carla, por que me bipou? Você sabe que não há o muito o que podemos fazer por esse paciente... -Olhe de novo, Marcos...
E então para a surpresa de todos, Rodrigo abriu os olhos para a vida mais uma vez... Era impossível de se imaginar tudo que estaria passando pela cabeça dele ou qualquer que fosse a sensação de acordar cinco meses após aquele acidente. Sua pele estava mais pálida e sem vida. Seus olhos olhavam para todos cantos do quarto, exausto como se tivesse estado acordado por dias em uma batalha de vida ou morte. Rodrigo tentava mover seu corpo, porém o tempo que permanecera parado roubou-lhe toda sua força, o mesmo havia perdido grande quantidade de peso. Mais ou menos, 15 quilos teriam de ser recuperados... Com muita dificuldade, Rodrigo perguntou: -On...de...eu...to?
Quando nossos lábios separaram-se e tomei consciência do que acabou de ter acontecido, eu não soube descrever ao certo como estava me sentindo. Eu agi sem pensar, essa que era a verdade, mas quando se trata de sentimentos não existe lógica, é apenas o agora ou o nunca. Entretanto que mais rondavam em minha cabeça agora eram pensamentos tentando raciocinar.
Me afastei de Pietro apreensiva, por alguns segundos não fui capaz de olhar em seus olhos. Quando retornei a olhar Pietro perguntou: -Isa... Está tudo bem? -Não... Quer dizer... Sim... Eu não sei... Pietro, eu preciso pensar, tem muita passando pela minha cabeça agora...
Eu passei por ele sem conseguir encara-lo... Começava a sentir culpa. A memória de Rodrigo voltou-me a mente, e eu me senti triste. Como se estivesse traindo ele. Por mais que eu soubesse que não deveria estar me sentido mal, eu me sentia. É como a questão de você se apaixonar. Estava além do que eu poderia controlar... Direto e firme Pietro questionou-me: -Você se arrepende do que acabou de acontecer?
Sem olhar nos olhos dele eu respondi com um aperto no coração e com toda sinceridade que encontrei dentro de mim. -Não, Pietro... Eu não estou arrependida, é só que... Eu preciso pensar... Podemos nos falar outra hora?
-Ah... Tudo bem... Pelo tom de sua voz eu já pude concluir que não era essa resposta que Pietro esperava ouvir, mas eu não podia simplesmente dizer com todas as letras que estava apaixonada por ele. Não me pareceria certo... Deus, como me sentia mal por ter me sentido bem como não me sentia há tempos... Haviam tantas coisas que não estavam fazendo o menor sentido em minha mente.
Eu precisava ficar sozinha com meus pensamentos, ou então buscar ajuda de Irene que a essa altura já havia se tornado minha mãe postiça... Uma súbita vontade de chorar começou surgir no interior de minha face enquanto caminhava para fora do museu, eu estava um pouco assustada. Como podia me sentir feliz e triste ao mesmo tempo?
A mente de Rodrigo estava tentando processar tudo que estava acontecendo, porém nem de seu nome ele conseguia se lembrar. Para piorar ele não conseguia ter total controle de seu corpo que começava a formigar de tanto que o mesmo se esforçava. Sua vontade era de gritar, mas mal conseguia abrir e fechar seus lábios. Também queria correr, mas seu corpo, desacostumado, vacilou a mais esse comando. Marcos percebia toda a agitação no olhar de Rodrigo, então ele se aproximou dele e o ajudou a sentar.
-Calma, Rodrigo... Me escute com atenção. Você acaba de despertar do estado de coma, é normal você ter dificuldade para falar ou se movimentar.
Rodrigo conseguia permanecer sentado, e isso só deixou Marcos ainda mais fascinado pela melhora milagrosa de seu paciente. Com toda a concentração possível, Rodrigo tentava falar com Marcos, isso o acalmava... -E...sse...é...meu...no..me? -É... Você se chama Rodrigo Perini, você tem 22 anos... Você sofreu um acidente de trânsito que o deixou que o deixou bem próximo da morte, meu rapaz... Mas você, de alguma maneira que eu não sei explicar, voltou, mas pelo que pude perceber com algumas sequelas na área da memória... -Vou me lembrar? -Depois do que eu presenciei hoje, não duvido de mais nada...
A pedido de Marcos Carla ligara para Bernardo avisando de seu neto. O homem mal podia conter a felicidade ao chegar ao hospital, que logo ao passar pela recepção deu de cara com Carla. -Por Deus, eu vim o mais rápido que pude. Quero ver com meus próprios olhos... Como ele está? -Eu estava com ele na hora em que ele despertou... Eu, em todos os anos em que trabalhei no hospital, nunca vi algo assim. Ele simplesmente abriu os olhos como se tivesse acordado de um pesadelo.
-Meu Deus, é um milagre! Eu nunca duvidei que isso fosse acontecer... Eu sabia que não poderia desligar os aparelhos, pois ele ia de acordar... Ele falou alguma coisa? -Bem, como ele passou todo esse tempo com o corpo parado, é perfeitamente normal que ele tenha dificuldades fonéticas ou motoras... Mas pelo que pude perceber ele está bem confuso sobre onde está e quem é, mas Marcos está conversando com ele nesse exato momento... -Marcos o que?! Ele não pode revelar toda a verdade! -Como é?
-Não importa! Eu vou até lá agora! -Senhor, espere! Pode não ser uma boa ideia!
Bernardo ficara Apavorado com a possibilidade de Marcos contar mais do que deveria a seu neto. O velho Perini não pretendia contar tão cedo sobre Isabelle para seu neto. Nesses quatro meses que se passaram, Pietro bem que tentou fazer seu avô dar uma chance a moça, mas havia algo que nem mesmo ele poderia imaginar que impedia que Bernardo pudesse criar qualquer tipo de afeto pela ruiva.
-...Você compreende? -Vou me esforçar...
Marcos explicava como funcionava a fisioterapia e as consultas com o fonoaudiólogo a Rodrigo quando a porta do quarto se abriu com Bernardo passando por ela com seus olhos contendo tantas lágrimas que pareciam ter sido guardadas de uma vida inteira para serem liberadas por aquele momento...
-RODRIGO!!!
Rodrigo olhou para o rosto daquele homem com cabelos grisalhos e olhos emocionados e a imagem do natal de alguns anos atrás voltou-lhe a memória. Ele lembrou de seu avô sorrindo ao contar de sua avó após uma prece antes da grande ceia. Essa tinha sido a última vez que ele tinha o visto sorrir. Pelo menos até aquele emocionante reencontro. -Eu achei que nunca mais fosse te ver sorrir._ Disse Rodrigo emocionado e sem hesitar, deixando Bernardo sem palavras. -Você se lembra dele, Rodrigo? -Ele é meu avô...
Rodrigo ignorou o que Marcos dissera sobre evitar o esforço e naquele momento ele se impulsionou com toda sua força para frente em direção à Bernardo que o segurou impedindo sua queda e lhe dando o abraço que tanto esperou para dar... Ambos se emocionaram. -Rodrigo... Meu neto... Deus, quanto eu sonhei em poder lhe abraçar... -A maioria das coisas que me veem a mente são pequenos flaches distorcidos, mas quando vi o senhor... Eu pude sentir um aperto em meu coração tão grande... Uma saudada... Um... Um vazio, vô... -Eu prometo, Rodrigo, meu neto. Vamos resolver tudo isso... Tudo vai voltar ao normal... É uma promessa.
...O caminho de volta para casa havia sido mais longo que o normal, eu havia chegado ao meu quarto exausta e por mais que eu não conseguisse parar de pensar no que tinha acontecido há algumas horas atrás eu estava decida a tentar por pelo menos tentar por algumas horas... Era obvio que não estava tendo muito sucesso, pois estava em frente ao computador com o objetivo de verificar alguns emails, sendo que nem havia me dado por conta de que não havia ligado o estabilizador...
-Que droga... Eu desisto! Já vi que não vou conseguir prestar para nada hoje... Acho que o melhor que posso fazer é tomar um banho e começar a ler o livro que peguei mais cedo que achei a cara de... Pietro... O que será que ele deve estar pensando agora? Sera que ele estava arrependido? Mas que droga, Isabelle, você realmente não pode evitar...
Após a rápida ducha vesti-me com minhas roupas intimas e me enrolei na toalha enquanto caminhava até a sacada do meu quarto. Não estava frio nem quente, na verdade parecia a temperatura ideal para uma boa leitura aquela hora da noite. Mas todo o momento qualquer pensamento que eu pudesse ter acabava me levando até Pietro. Isso nunca me acontecera antes, nem com Rodrigo. Me sentia como se estivesse enfeitiçada por um bruxo... Isso estava me deixando irritada, pois não tinha o menor cabimento eu estar tão abobada...
Entrei novamente para meu quarto e eu que já demorava um século para achar algo que estava bem na minha frente, demorei ainda mais para achar o livro que retirara mais cedo. Cheguei a supor que já o tinha perdido, mas dai me dei por conta que nem havia o retirado de minha bolsa.
Prólogo... "...E depois de todo aquele tempo sozinho como podeira saber que a falta daquela jovem fosse me causar tamanho vazio... "
Pietro havia chegado em casa há algumas horas... Sua cabeça também estava a mil... Ele só conseguia pensar em uma coisa, ou melhor, em uma pessoa. Isabelle... Pietro não era idiota, sabia exatamente o motivo de Isabelle ter ficado constrangida. E de maneira alguma ele a culpava. Há alguns dias Pietro questionava seus sentimentos pela "amiga". E tinha quase certeza que eram mais fortes do que ele realmente queria que fossem, porém para ter absoluta certeza ele precisaria arriscar um próximo passo, que nem "precisaria" ser concluído de fato para que Pietro tivesse sua resposta, pois bastava olhar para perceber tamanho magnetismo que um possuía para o outro. Bastava agora Pietro concluir o obvio. Ele estava completamente apaixonado pelo amor da vida de seu falecido irmão. Pelo menos até onde ele sabia. Sem perceber, ele ficou sentado ao piano por horas tocando musica após a outra...
-Pietro! Você está tocando novamente! É muita alegria para esse homem em um dia só... -Vô, nem vi o senhor aí... -Ah Pietro, me agrada tanto te ver sentado ao piano... Como seu pai, você tem um talento e tanto para a musica...
-Se eu um dia tocar como ele ficarei muito feliz... -Você já toca, seu moleque! -Você está de bom humor hoje Sr. Perini... Aconteceu alguma coisa? -Aconteceu Pietro... Mas acho meio cedo para revelar-te. E você? Está com uma cara como se tivesse para tomar uma decisão de vida ou morte...
Pietro levantou-se e caminhou até Bernardo se preparando para a discussão que estaria por vir... -Mais ou menos isso, vô... Envolve Isabelle... -Não me diga que finalmente decidiu se afastar daquela assassina aproveitadora? -Vô não fala assim dela. -Onde você está querendo chegar? -Vamos nos sentar la fora? Vamos conversar com calma, o que o senhor acha?
Pietro e Bernardo seguiram até a varanda silenciosamente, ambos curiosos com o que o outro tinha a dizer. Pietro então decidiu falar primeiro. -Fazia anos que não sentávamos aqui fora, não? Eu me lembro de brincar por aqui com Rodrigo e Papai...
-Pietro, onde você está querendo chegar?_ Perguntou Bernado sem paciência_ O que a quela garota vai te roubar agora? Já não basta você ter desperdiçado aquele tempo todo ajudando aquela garota a fixar-se em Riviera? Francamente, Pietro por que não deixou ela partir? Por que Diabos insiste em ficar próximo de justamente aquela garota?
-Vô, eu estou completamente apaixonado por Isabelle! Eu não paro de pensar naquela mulher um minuto sequer! Em querer fazer ela sorrir, em proteger ela, em abraça-la, beija-la... Isso tem algum tempo... Deus, como eu não queria estar sentindo isso, mas não tem como eu eu lutar contra isso mais... Você precisa dar uma chance para ela... Precisa conhece-la antes de julga-la...
Com força e raiva, Bernardo bateu seus punhos na mesa de vidro falando alto e firme a Pietro. -CALE-SE! POR DEUS, CALE-SE OU EU NÃO VOU RESPONDER POR MIM! Pietro, você sempre foi o mais cabeça dos irmão, eu nunca poderia esperar isso de você! Você está confuso! Se você está carente, pague uma prostituta! Você vai acabar com isso amanha, está me ouvindo? VAI ACABAR COM ESSA PALHAÇADA AMANHÃ!!!
-Francamente eu sabia! Realmente não há como conversar com você... Vô eu pensei sobre isso a tarde inteira... Eu amava Rodrigo tanto quanto o senhor... Isabelle também, mas eles está morto! Por mais que o senhor reze, ele não vai ressuscitar... -NÃO TOQUE NO NOME DO SEU IRMÃO!
-Francamente não da mesmo para conversar com o senhor essa noite... Pietro levantou-se e ficou de costas a mesa com a mão apoiada na cadeira.Se para ele aceitar esse sentimento não foi fácil, para seu avô seria ainda mais difícil. Pietro só queria entender por que Bernardo possuía um ódio gratuito tão grande sobre Isabelle. Mas uma vez esse sentimento aceito por ele mesmo, Pietro lutaria com unhas e dentes por ele. Ele se questionava se Isabelle sentiria o mesmo.
-Ultima coisa avô... Nada que você me diga, me fará desistir do que eu sinto por Isabelle.. Hoje eu começo a lutar com unhas e dentes por esse sentimento que só cresce dentro de mim... E acredito que ela fará o mesmo...