Aprendendo a Viver | Temporada 3 | Episódio 1
Narrado por Mariana
Não há um dia sequer em que eu não me sinta culpada pelo que aconteceu… Foi um grande alívio para todos nós sabermos que o acidente não havia levado a vida de minha mãe. Contudo, a criança que ela estava esperando, não resistiu ao acontecido e como se isso não fosse sequela suficiente, depois que ela despertou naquela cama do hospital, percebeu que não conseguia mexer suas pernas, o que lhe fez tornar-se dependente de uma cadeira de rodas. Nenhum médico sabia explicar o porquê disso, pois nada de errado havia com a medula espinhal dela. O mais provável era que tratava-se puramente de algo psicológico e que ela pudesse vir a recuperar sua capacidade de andar. Contudo o que mais me apavorava era que ela já não olhava da mesma forma para a minha pessoa. Não estava suportando mais essa situação.
-Olá, Mariana, como tem passado esses últimos dias? - Perguntou a psicóloga.
-Um pouco estranha, para ser honesta. São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo… Primeiro descubro que tenho um pai vivo. Segundo que tenho uma irmã, e terceiro que sou a responsável por tudo que tem acontecido com minha mãe… Céus não é fácil conseguir lidar com meus sentimentos… Eu as vezes acho que não consigo aguentar os meus impulsos…
-Mariana, você consegue sim… Uma vez você me disse de que encontrava na música um refúgio para seus medos… Mais cedo ou mais tarde, é importante lidar com seus fantasmas minha queria, mas enquanto você acredita que não estará pronta para isso, a música é uma excelente e mais saudável opção, não concorda?
-Pode até ser, mas… Sinto-me tão impotente quanto a meus fantasmas…
-Concentre-se em desfazer um nó de cada vez e você verá o quão forte você é!
-Um pouco estranha, para ser honesta. São muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo… Primeiro descubro que tenho um pai vivo. Segundo que tenho uma irmã, e terceiro que sou a responsável por tudo que tem acontecido com minha mãe… Céus não é fácil conseguir lidar com meus sentimentos… Eu as vezes acho que não consigo aguentar os meus impulsos…
-Mariana, você consegue sim… Uma vez você me disse de que encontrava na música um refúgio para seus medos… Mais cedo ou mais tarde, é importante lidar com seus fantasmas minha queria, mas enquanto você acredita que não estará pronta para isso, a música é uma excelente e mais saudável opção, não concorda?
-Pode até ser, mas… Sinto-me tão impotente quanto a meus fantasmas…
-Concentre-se em desfazer um nó de cada vez e você verá o quão forte você é!
Em casa, a situação não estava muito fácil, pois minha mãe parecia se comportar como uma criança mimada quando não faziam as vontades dela. Por sorte pude contar com a última pessoa que pensei que pudesse contar um dia: Eduarda! Ela parecia ter criado uma afeição significativa com minha mãe, o que me deixava tranquila, pois assim ela teria alguém com quem interagir ja que Daniel precisava trabalhar e eu… Bom, não estava com muita coragem para enfrenta-la. Essas mudanças no comportamento de Eduarda em relação a mim e minha mãe fazia com que eu estranhasse um pouco sua atitude, pois até antes do acidente eu parecia ter conhecido somente seu pior lado.Contudo, decidi dar o braço a torcer para ver no que dava.
-Luciana? Posso entrar?
-Claro, Duda… Fico feliz com sua companhia…
-Como está se sentindo?
-Um pouco melhor, eu acho…
-Sei… você diz isso toda vez que eu te pergunto isso… Não sei porquê não acredito!
-Ai minha querida… É só que… Sinto um vazio…
-Eu entendo como é isso… E Mariana? Tem vindo aqui?
-Claro, Duda… Fico feliz com sua companhia…
-Como está se sentindo?
-Um pouco melhor, eu acho…
-Sei… você diz isso toda vez que eu te pergunto isso… Não sei porquê não acredito!
-Ai minha querida… É só que… Sinto um vazio…
-Eu entendo como é isso… E Mariana? Tem vindo aqui?
-As vezes… - Eu entrei no quarto no exato momento em que tocaram no meu nome.
-Mãe? Como está? Tem se alimentado bem? Eu acabei de voltar da psicóloga…
-Sinto-me igual… E como foi?
-Foi tudo bem…
-Quem bom… Meninas eu gostaria de descansar um pouco agora, tudo bem?
-Sim, Luciana, mais tarde eu volto!
-Bom descanso, mamãe…
-Mãe? Como está? Tem se alimentado bem? Eu acabei de voltar da psicóloga…
-Sinto-me igual… E como foi?
-Foi tudo bem…
-Quem bom… Meninas eu gostaria de descansar um pouco agora, tudo bem?
-Sim, Luciana, mais tarde eu volto!
-Bom descanso, mamãe…
-Ela nem olha direito na minha cara…
-Calma, Mariana… Ela passou por muita coisa… Precisa assimilar tudo ainda, mas creio que tudo vai voltar ao normal…
-Você acha?
-Acho sim… Pode confiar em mim…
-Eu… Eu quero confiar… Mas é que é tudo meio novo para mim… Eu ainda não me acostumei…
-Claro… Eu entendo… Mas é que eu simplesmente cansei de sentir tanto ódio do mundo Mariana… Eu quero me tornar uma pessoa melhor… E eu sei que pode parecer pedir demais, mas seria muito importante para mim se você acreditasse…
-Eu prometo que irei me esforçar…
-Calma, Mariana… Ela passou por muita coisa… Precisa assimilar tudo ainda, mas creio que tudo vai voltar ao normal…
-Você acha?
-Acho sim… Pode confiar em mim…
-Eu… Eu quero confiar… Mas é que é tudo meio novo para mim… Eu ainda não me acostumei…
-Claro… Eu entendo… Mas é que eu simplesmente cansei de sentir tanto ódio do mundo Mariana… Eu quero me tornar uma pessoa melhor… E eu sei que pode parecer pedir demais, mas seria muito importante para mim se você acreditasse…
-Eu prometo que irei me esforçar…
Eu estava pensando na vida quando atrás de mim, surgiram Emma e Camila, ambas preocupadas com a minha pessoa. Ao olhar para minha irmã, recordava-me de nosso assunto inacabado, o qual envolvia nosso pai biológico e os segredos de minha mãe. Apesar de Emma, sequer tocar nesse assunto, era impossível para mim não me lembrar que não poderia simplesmente esquecer daquela história e de tudo que nela implicava. O lado bom é que pela primeira vez a percebi com um semblante mais sereno do que da última vez que havia lhe visto.
-Mari, como você tem passado? Estávamos preocupadas com você…
-Mari, como você tem passado? Estávamos preocupadas com você…
-É difícil encontrar uma palavra que descreva meu atual sentimento.
-Ai amiga… Eu te conheço! Você sabe que não tem culpa dos acontecimentos, não sabe?
-Minha razão sabe disso, mas ela é tão desconexa com meus sentimentos… Que simplesmente não sei a quem dar ouvidos…
-Você conversou com Frans, ou Joaquim?
-Ambos me ligaram, mas eu não conseguia encontrar as palavras mais adequadas para falar… Então eu simplesmente pedi esse tempo para eu mesma…
-Eu sei como se sente… Ai Mariana, minha irmã… Não consigo sequer pensar como deve ser estar na sua pele…
-Ai amiga… Eu te conheço! Você sabe que não tem culpa dos acontecimentos, não sabe?
-Minha razão sabe disso, mas ela é tão desconexa com meus sentimentos… Que simplesmente não sei a quem dar ouvidos…
-Você conversou com Frans, ou Joaquim?
-Ambos me ligaram, mas eu não conseguia encontrar as palavras mais adequadas para falar… Então eu simplesmente pedi esse tempo para eu mesma…
-Eu sei como se sente… Ai Mariana, minha irmã… Não consigo sequer pensar como deve ser estar na sua pele…