Aprendendo a Viver |Temporada 2 | Episódio 3
Narrado por Mariana
-Isso não pode ser verdade!
Em minhas mãos constava uma carta escrita há quase duas décadas. Era uma despedida, ou como minha própria mãe havia escrito “o fechamento de um ciclo”. Inconfundivelmente aquela era a letra de minha mãe, disso eu não tinha a menor dúvida, e, aparentemente ela era muito apaixonada por um cara chamado Henry, o sujeito da foto. Esse tal de Henry, pelo visto fez ela sofrer muito no passado, mesmo não ficando claro como, o fato era que era explícito seu sofrimento na forma como ela escrevia. Mas a grande bomba naquela foto, era sobre a noticia de sua gravidez, o que pelos meus cálculos, tudo indica que o bebê era eu!
-Isso não faz nenhum sentido! E quanto ao meu pai?! E quanto a Elliot?!
Em minhas mãos constava uma carta escrita há quase duas décadas. Era uma despedida, ou como minha própria mãe havia escrito “o fechamento de um ciclo”. Inconfundivelmente aquela era a letra de minha mãe, disso eu não tinha a menor dúvida, e, aparentemente ela era muito apaixonada por um cara chamado Henry, o sujeito da foto. Esse tal de Henry, pelo visto fez ela sofrer muito no passado, mesmo não ficando claro como, o fato era que era explícito seu sofrimento na forma como ela escrevia. Mas a grande bomba naquela foto, era sobre a noticia de sua gravidez, o que pelos meus cálculos, tudo indica que o bebê era eu!
-Isso não faz nenhum sentido! E quanto ao meu pai?! E quanto a Elliot?!
Imediatamente corri para o computador para mandar uma resposta aquele email anônimo. E toda vez que eu começava a digitar, pensava sobre o passado e me dava por conta de todos os furos que nele constavam e eu nunca havia me dado por conta… Sempre achei estranho não haver fotos de Eliot Bebê, ou da gestação de minha mãe, mas mais estranho ainda foi quando eu era criança e eu precisei de uma transfusão de sangue, por conta de algumas complicações, e tiveram de encontrar um doador porque minha mãe não pode doar, por conta de uma hepatite que ela havia tido... e meu pai simplesmente era incompatível... eu nunca soube explicar o porquê… NÃO, PODIA SER VERDADE! Larguei meu computador e liguei imediatamente a Camila, torcendo para ela me atender naquela madrugada. Por sorte ela atendeu!
-Alô? Mari, você sabe que horas são?
-Mila…
-AMIGA O QUE HOUVE? Conheço esse tom de voz… Já acordei, pode falar…
-Camila, eu sinto que vou explodir… Eu… Eu acabo de descobrir que… Meu Deus eu não sei nem como falar…
Eu estava me segurando para não sair correndo de meu quarto e devorar a metade daquela geladeira… Até eu conseguir falar para Camila de tudo o que estava acontecendo demorou um pouco, e assim que eu fiz senti escorrer por todo o meu rosto lágrimas tão amargas quanto aquele azedo que eu sentia na boca de meu estômago. Quando dei por mim comecei a falar sobre essa angústia que habitava e mim e me fazia agir contra eu mesma. Camila, com muito esforço conseguiu me acalmar o suficiente para que pelo menos aquela noite eu fizesse nenhuma bobagem, pois iriamos conversar melhor pessoalmente na segunda feira e encontrar uma resposta para isso tudo.
-Mila…
-AMIGA O QUE HOUVE? Conheço esse tom de voz… Já acordei, pode falar…
-Camila, eu sinto que vou explodir… Eu… Eu acabo de descobrir que… Meu Deus eu não sei nem como falar…
Eu estava me segurando para não sair correndo de meu quarto e devorar a metade daquela geladeira… Até eu conseguir falar para Camila de tudo o que estava acontecendo demorou um pouco, e assim que eu fiz senti escorrer por todo o meu rosto lágrimas tão amargas quanto aquele azedo que eu sentia na boca de meu estômago. Quando dei por mim comecei a falar sobre essa angústia que habitava e mim e me fazia agir contra eu mesma. Camila, com muito esforço conseguiu me acalmar o suficiente para que pelo menos aquela noite eu fizesse nenhuma bobagem, pois iriamos conversar melhor pessoalmente na segunda feira e encontrar uma resposta para isso tudo.
A noite parecia ser interminável. Para cada vez que fechava meus olhos eu tinha um pesadelo diferente, todos eles sempre relacionados com um fato de meu passado. Mais especificamente com meu pai e a notícia de sua morte. Quisera eu que aquela carta também tratava-se de um desses pesadelos, mas infelizmente não era. Mal o dia havia amanhecido e eu já estava na rua correndo, na falha tentativa de fugir de meus problemas.
Pelo visto eu não era a única que acordava cedo nos domingos, pois em meio a tantas outras pessoas, duas de longe chamam minha atenção. Joaquim e sua irmãzinha. Eu estava tão aflita com aqueles novos problemas que praticamente nem lembrava mais que no dia anterior havia discutido com Quim, o que de certa forma me trazia um grande alívio, pois se pudesse por algumas horas ter aquele velho Joaquim ao meu lado me ouvindo, ficaria muito grata ao universo!
-Mari? Não sabia que você gostava de acordar cedo aos domingos…
-Na verdade eu não gosto, mas sabe com é… As vezes é necessário…
-Sei… Melissa o que você acha de ir brincar um pouco enquanto, eu converso com a Mari?
-Ahhhh, Quim… Logo agora que o papo tava bom?
-Não ouse reclamar tampinha, senão nada de sorvete depois!
-Okay, você venceu!
-Mari? Não sabia que você gostava de acordar cedo aos domingos…
-Na verdade eu não gosto, mas sabe com é… As vezes é necessário…
-Sei… Melissa o que você acha de ir brincar um pouco enquanto, eu converso com a Mari?
-Ahhhh, Quim… Logo agora que o papo tava bom?
-Não ouse reclamar tampinha, senão nada de sorvete depois!
-Okay, você venceu!
Por duas horas, deixamos nosso desentendimento de lado, e éramos apenas Joaquim e Mariana, dois amigos de escola. Eu revelei sobre meu achado e ele aconselhou-me que dissesse para minha mãe a verdade, pois por experiência própria, mentiras não o tinham levado a lugar algum. Eu havia capitado a indireta.
-Mari, desculpa por ontem… Eu não sei o que deu em mim…
-Está tudo bem, Quim, eu não começar esse ano letivo com raiva de ninguém… Se bem que não sei se vai ser possível, depois de descobrir isso.
-E o que você vai fazer?
-Honestamente, eu não sei Quim…
-Olha, eu confio em você, sei que vai fazer a escolha certa!
-Mari, desculpa por ontem… Eu não sei o que deu em mim…
-Está tudo bem, Quim, eu não começar esse ano letivo com raiva de ninguém… Se bem que não sei se vai ser possível, depois de descobrir isso.
-E o que você vai fazer?
-Honestamente, eu não sei Quim…
-Olha, eu confio em você, sei que vai fazer a escolha certa!
Novamente em casa, e com a cabeça mais fria, chequei meus emails e dessa vez a mensagem do endereço anônimo constava unicamente o numero de um celular. Será que pela primeira vez saberia mais sobre quem estivesse por trás daqueles recados misteriosos? Eu iria ligar para aquele numero assim que saísse do banho, pois pelo menos enquanto eu estivesse nele eu teria tempo para pensar sobre o que falar caso fosse atendida.
-Mari, meu bem, você está ai? Mari? Mas o que é isso? NÃO PODE SER!
-Me chamou mãe?
-Mariana, você pode me explicar como que isso aqui chegou em suas mãos?!
-Mãe, acho que é você quem me deve alguma explicação! Quem é Henry?
-Me chamou mãe?
-Mariana, você pode me explicar como que isso aqui chegou em suas mãos?!
-Mãe, acho que é você quem me deve alguma explicação! Quem é Henry?