Aprendendo a Viver | Temporada 2 |Episódio 5
Narrado por Frans
Era como se estivesse dentro de um flashback… Odiava o fato de ter que estudar em outra cidade, pelo simples fato de que era longe de todos aqueles que me faziam um bem enorme. Mas mesmo assim, eu compreendia muito bem o porquê de eu ter que fazer isso. As universidades de Windenburg eram em sua maioria particulares, o que significava que minha família não tinha condições de bancar. Conseguir bolsa nessa federal realmente foi algo incrível, pois me permitira estudar o curso de meus sonhos: Psicologia. Entretanto começava a me questionar qual seria o preço que eu teria que pagar por esse sonho, afinal de contas, não em dinheiro, mas outras coisas que tornariam-se complicadas a longo prazo por eu estar mais distante, como por exemplo meu relacionamento com Mari?
É impossível começar esse novo ciclo em minha vida sem me recordar do passado, ou mais precisamente o dia em que cheguei a Windenburg com meu pai. Naquela época, meu pai precisava mudar-se de Willow Creek para Windenburg, por motivos de trabalho, e ele e minha mãe chegaram a conclusão que nessa nova cidade haviam melhores opções de escola do que onde estávamos, então eu acabei me mudando junto com meu pai, enquanto minha mãe e Camila Permaneciam em Willow Creek até o final do ano retrasado. É… Demorou um pouco mais do que prevíamos para elas virem a morar conosco. Lembro como se fosse ontem como tudo aconteceu…
-Ei, deixem ele em paz!
-Olha só rapazes, o nanico quer defender o namoradinho!
-Se vocês não deixarem ele em paz…
-Você vai o que? Correr e contar para mamãe?
Tudo que foi possível de ser ouvido, foi o barulho de uma sobremesa que até hoje eu não consigo me lembrar ao certo o que era, atingir a cara daquele garoto mais velho, depois que eu a joguei. Depois daquele infinito silencio de três segundos, o refeitório inteiro caiu em um extensa gargalhada. Okay, o fato de eu estar cursando psicologia hoje não faz de mim nenhum santo no passado.
-Mas o que está acontecendo aqui?! - O coordenador da época pegou-nos no flagra.
-Olha só rapazes, o nanico quer defender o namoradinho!
-Se vocês não deixarem ele em paz…
-Você vai o que? Correr e contar para mamãe?
Tudo que foi possível de ser ouvido, foi o barulho de uma sobremesa que até hoje eu não consigo me lembrar ao certo o que era, atingir a cara daquele garoto mais velho, depois que eu a joguei. Depois daquele infinito silencio de três segundos, o refeitório inteiro caiu em um extensa gargalhada. Okay, o fato de eu estar cursando psicologia hoje não faz de mim nenhum santo no passado.
-Mas o que está acontecendo aqui?! - O coordenador da época pegou-nos no flagra.
Mais tarde na detenção, de um lado estava eu, levemente preocupado com o sermão que eu ouviria assim que chegasse em casa, mas nem um pouco arrependido de ter defendido o garoto de queles valentões. E do outro lado, esse mesmo garoto cabisbaixo e silencioso ouvindo o sermão do conselheiro.
-Espero que seja a última vez, Joaquim!
-Hei, você? Joaquim, né?
-Sim…
-Que mala, esse professor, não é?
-To mais preocupado com aqueles valentões…
-Relaxa, gente assim é como cachorro brabo, eles só te atacam se farejam o medo!
-Nossa… Agora sim que to ferrado… Eu tenho medo de cachorro!
-Hei, me chamo Frans, aliás, e cara… Temos muito para conversar… - A partir daquele dia, Joaquim e eu nos tornamos bons amigos…
-Espero que seja a última vez, Joaquim!
-Hei, você? Joaquim, né?
-Sim…
-Que mala, esse professor, não é?
-To mais preocupado com aqueles valentões…
-Relaxa, gente assim é como cachorro brabo, eles só te atacam se farejam o medo!
-Nossa… Agora sim que to ferrado… Eu tenho medo de cachorro!
-Hei, me chamo Frans, aliás, e cara… Temos muito para conversar… - A partir daquele dia, Joaquim e eu nos tornamos bons amigos…
Poucas pessoas sabem disso, mas por muito tempo, éramos só eu e Joaquim, no princípio. Eu o ajudei a se defender e confiar mais em si mesmo, e ele me ajudou a estudar e tirar ótimas notas naquela instituição. Com tempo, e o surgimento de novas pessoas em nosso meio, as coisas passaram a ficar turbulentas. Minha amizade com Joaquim era a coisa que eu mais dava valor naquela escola, mas meus valores estavam prestes a sofrerem um ajuste naquele dia.
-Oi, tudo bem? Você poderia me informar se aqui é a sala 102?
-Ah sim, é aqui! E você é?
-Me chamo Nicole e você?
-Prazer, me chamo Frans e parece que seremos colegas…
-Ai que bom, detesto começar em um lugar sem conhecer ninguém!
-Algo me diz que esse é o pesadelo da maioria dos estudantes…
-Eu acredito que sim!
-Ah sim, é aqui! E você é?
-Me chamo Nicole e você?
-Prazer, me chamo Frans e parece que seremos colegas…
-Ai que bom, detesto começar em um lugar sem conhecer ninguém!
-Algo me diz que esse é o pesadelo da maioria dos estudantes…
-Eu acredito que sim!
As coisas aconteceram simultaneamente. A medida em que eu me aproximava de Nicole, acabava me afastando de Joaquim, que por sua vez aproxima-se cada vez mais de Eduarda. Eu era jovem e estava vivendo meu primeiro amor, o que por reunir tantos novos sentimentos em meu coração, fazia com que eu ficasse cego para o que acontecia em minha volta. Principalmente, as pessoas que me eram importantes como Joaquim, que estava passando por problemas familiares e eu pela primeira vez não estava lá para ajuda-lo a enfrentar esse momento. Alguns meses mais tarde, descobri que Nicole era na verdade sobrinha do diretor da instituição onde estudávamos, e quando soube disso, a questionei para entender o porquê dela não ter me falado nada, mas ela desconversou. Naquele ponto já havíamos ficado algumas vezes, o que mudava tudo para mim… Se eu ao menos soubesse mais sobre ela e seu passado, não teria permitido deixar meus sentimentos irem tão longe.”Eu não quero estar em um relacionamento serio”, ela insistia em me dizer, e eu mesmo assim planejava como seria o dia em que a pediria em namoro, pois eu queria que fosse perfeito. Quando recebemos a notícia de que ela havia sido transferida de instituição, que basicamente era em outro país! Pouco tempo depois descobri que a Nicole por quem eu havia me apaixonado, na realidade estava me fazendo de bobo, pois apenas meros dias após ela me falar que não queria relacionamento serio, vejo ela mudar seus status nas redes sociais, gritando aos quatro ventos como era bom estar apaixonada… Foi bem doloso para mim, e quando acordei para a realidade, levei um segundo baque. De repente meu melhor amigo já não precisava de mim, pois estava com Eduarda e seu novo amigo Billy. Eu precisava do meu velho amigo, mas não ousei procurá-lo após te-lo deixado de lado que ele mais precisou.
E então Mari entrou na minha vida e tudo começou a mudar mais uma vez. Desde que a conheci notei a doçura em seu olhar, e logo me interessei. Ninguém sabe, nem ela, mas antes mesmo dela colocar os pés na escola, eu já havia lhe visto de longe. Com sua mãe. Quando soube de quem se tratava a menina da aposta, simplesmente não consegui evitar me colocar em seu lugar e lembrar de tudo o que eu senti quando descobri a verdade sobre Nicole. Por outro lado eu sabia que minha amizade com Joaquim corria sérios riscos, caso eu pisasse em falso, então tentei sutilmente fazer com que ele desistisse dessa ideia absurda, mas ele não me ouviu. Na época eu não sabia muito bem da relação delicada entre Mariana e Eduarda, honestamente pensei que ambas eram amigas. Eu poderia ter falado para Camila dessa situação toda, mas tinha fortes suspeitas de que minha irmã sentia algo por meu amigo, então optei por fazer com que Eduarda soubesse de tudo, sem que ficasse claro que eu havia sido eu a revelar a verdade, para que enfim pudesse parar com essa palhaçada de aposta. Eu só não sabia o que ela faria com essa informação… Muito menos que faria com que Camila sofresse tanto… Me arrependo tanto do dia em que inventei de colocar em sua mochila um bilhete explicando tudo…
As coisas fugiram do controle… Já nesse verão, enquanto Camila viajava com Mari, eu decidi fazer algo que já deveria ter feito há muito tempo… Falar com Joaquim… Falar tudo e sem rodeios…
-Joaquim?
-Hey brother! Faz um tempo em que não aparece por aqui…
-Pois é…
-O que foi Frans? Que cara é essa, quem morreu?
-Joaquim eu preciso falar com você… - Eu então falei tudo, desde meu arrependimento com a Nicole, como Eduarda descobriu tudo, até o beijo em que eu confirmei o quanto estava apaixonado por Mariana. Desde aquele dia, a amizade que eu tanto presava, chegou ao fim… E eu não o culpo por me odiar, mas eu conclui que ser franco era o mínimo que ele merecia, principalmente por ter sido tão importante em minha vida.
-Joaquim?
-Hey brother! Faz um tempo em que não aparece por aqui…
-Pois é…
-O que foi Frans? Que cara é essa, quem morreu?
-Joaquim eu preciso falar com você… - Eu então falei tudo, desde meu arrependimento com a Nicole, como Eduarda descobriu tudo, até o beijo em que eu confirmei o quanto estava apaixonado por Mariana. Desde aquele dia, a amizade que eu tanto presava, chegou ao fim… E eu não o culpo por me odiar, mas eu conclui que ser franco era o mínimo que ele merecia, principalmente por ter sido tão importante em minha vida.
-Joaquim eu…
-Só… Só vai embora cara… Você é um traidor, Frans! E eu nunca serei capaz de perdoar você por isso!
-Só… Só vai embora cara… Você é um traidor, Frans! E eu nunca serei capaz de perdoar você por isso!