Aprendendo a Viver | Temporada 2 | Episódio 6
Narrado por Mariana
Eu estava aguardando Camila, para irmos juntas a escola, assim também teríamos tempo para falar sobre os últimos acontecimentos. Estava ainda bem apreensiva com toda aquela bomba de informações que minha mãe havia jogado em meu colo. Não era nem um pouco fácil digerir verdades repletas de armadura, das quais pressionei minha mãe a falar, especialmente pelo meu envolvimento nelas.
-Mari! - Disse Camila um pouco ofegante em minha direção. - Pode contar tudo, que temos um longo caminho até chegarmos a escola!
-Então…
-“Então”?
-Basicamente eu descobri, que quem eu pensava ser o pai, na verdade não era…
-Como assim meu Deus?
-Minha mãe não me contou muitos detalhes, mas basicamente ela estava saindo com um cara, que por sinal ela amava profundamente, tanto que chegaram a ser noivos…
-Mari! - Disse Camila um pouco ofegante em minha direção. - Pode contar tudo, que temos um longo caminho até chegarmos a escola!
-Então…
-“Então”?
-Basicamente eu descobri, que quem eu pensava ser o pai, na verdade não era…
-Como assim meu Deus?
-Minha mãe não me contou muitos detalhes, mas basicamente ela estava saindo com um cara, que por sinal ela amava profundamente, tanto que chegaram a ser noivos…
-Aquele da foto?
-Isso… Isso mesmo… Mas parece que ele deu um jeito de afastar ela da vida dele quando ela descobriu que estava me esperando…
-Que cretino…
-É eu sei… Mas tem algo de muito estranho nessa história toda… Mas minha mãe não quer que falemos mais disso…
-Deve ser um assunto bem doloroso para sua mãe, Mari…
-É… Eu não sabia o quanto… Mas igual, ponha-se no meu lugar, Mila, é a minha vida, ela não tinha direito de me esconder…
-Amiga, com todo respeito, mas ponha-se no lugar dela… Se você tivesse que optar entre fazer sua filha crescer acreditando que foi rejeitada, ou, proporciona uma vida repleta de amor durante o crescimento dela, o que você escolheria?
-É faz sentido… Mas, ela me fez devolver o diário dela…
-E quanto aos emails anônimos?
-Eu preferi não comentar deles… Pelo menos por enquanto…
-Isso… Isso mesmo… Mas parece que ele deu um jeito de afastar ela da vida dele quando ela descobriu que estava me esperando…
-Que cretino…
-É eu sei… Mas tem algo de muito estranho nessa história toda… Mas minha mãe não quer que falemos mais disso…
-Deve ser um assunto bem doloroso para sua mãe, Mari…
-É… Eu não sabia o quanto… Mas igual, ponha-se no meu lugar, Mila, é a minha vida, ela não tinha direito de me esconder…
-Amiga, com todo respeito, mas ponha-se no lugar dela… Se você tivesse que optar entre fazer sua filha crescer acreditando que foi rejeitada, ou, proporciona uma vida repleta de amor durante o crescimento dela, o que você escolheria?
-É faz sentido… Mas, ela me fez devolver o diário dela…
-E quanto aos emails anônimos?
-Eu preferi não comentar deles… Pelo menos por enquanto…
As coisas na escola fluíram bem naquela semana. Houveram algumas reformas e o ambiente estava definitivamente mais bonito. Não me preocupei muito quanto as matéria que iriamos estudar futuramente, e sinceramente acho que nem teria como, pois sentia como se a qualquer momento pudesse ser nocauteada por mais alguma revelação de meu passado. A verdade é que com tudo que estava acontecendo eu me sentia muito culpada, principalmente por fazer minha mãe lembrar de coisas tão ruins de seu passado. Essa culpa fez-me passar a ignorar aqueles insistentes e-mails anônimos, porém ao contrário do que eu imaginava, isso não trouxe nem de longe sossego a mim.
Naquele mesmo dia, tivemos uma palestra a respeito de futuros empregos, faculdades, cursos, intercâmbios e afins, o que foi suficiente para me fazer pela primeira vez pensar em algo que não envolvesse mentiras, meu passado, ou relacionamentos. Honestamente eu nunca havia parado para pensar sobre algo que estava bem próximo de mim, como o que eu iria fazer da minha vida quando terminasse meus estudos no ano que vem. De certa forma as palavras daquele palestrante me haviam aberto os olhos para o que eu realmente deveria passar a me questionar. O que eu gostava de fazer? No que eu era boa? O que eu adoraria aprender? Quem era a Mariana que eu ainda não conhecia?
Na volta para casa, eu estava bem pensativa quanto aquela palestra. De repente me vi em uma situação tanto quanto delicada. Estava diante de um grande dilema e não sabia ao certo qual seria a decisão correta a ser tomada. Haviam tantas questões envolvendo meu passado, as quais eu sentia que precisava de um esclarecimento para conseguir seguir em frente com meus sonhos. Entretanto, também existiam tantos caminhos a serem seguidos, os quais definiriam como eu construiria meu futuro a partir dessas escolhas. Seria mesmo o melhor momento para mergulhar nas feriadas de um passado, o qual até poucos dias atrás eu nem sabia da existência? Ou era deixar tudo para trás e fingir que nada mudou? Eu possuía uma resposta… Ainda… Caminhando e pensando em todos esses dilemas, quase deixo passar bem diante de meus olhos uma oportunidade incrível para conhecer a mim mesma… “Procura-se uma garçonete. Salário a combinar.”, seria esse um sinal sobre qual decisão tomar?
-Boa tarde! - Perguntei animada a um senhor, mais velho que limpava o balcão.
-Boa tarde, mocinha, lamento mas só abriremos mais tarde.
-Eu sei, eu vim aqui porque vi o anuncio la fora. Então vocês precisam de uma garçonete?
-Bem… Sim precisamos, mas quantos anos você tem garota?
-Eu faço dezesseis no próximo mês!
-Olha, você parece vir de uma família alto padrão daqui de Windenburg… E nós não podemos pagar muito…
-Tudo bem, eu estou aqui para aprender!
-Você acha que dá conta? Sei não… não estou muito convencido, minha jovem…
-Por favor, eu peço uma chance!
-Bem… Podemos iniciar sua semana de teste amanhã ás 14 horas… Não se atrase!
-Muito obrigada senhor…
-Alfredo, mas todos me chamam de Fred!
-Prazer, Fred, eu me chamo Mariana! Pode confiar em mim, não irei decepcioná-lo!
-Boa tarde, mocinha, lamento mas só abriremos mais tarde.
-Eu sei, eu vim aqui porque vi o anuncio la fora. Então vocês precisam de uma garçonete?
-Bem… Sim precisamos, mas quantos anos você tem garota?
-Eu faço dezesseis no próximo mês!
-Olha, você parece vir de uma família alto padrão daqui de Windenburg… E nós não podemos pagar muito…
-Tudo bem, eu estou aqui para aprender!
-Você acha que dá conta? Sei não… não estou muito convencido, minha jovem…
-Por favor, eu peço uma chance!
-Bem… Podemos iniciar sua semana de teste amanhã ás 14 horas… Não se atrase!
-Muito obrigada senhor…
-Alfredo, mas todos me chamam de Fred!
-Prazer, Fred, eu me chamo Mariana! Pode confiar em mim, não irei decepcioná-lo!
Quem poderia acreditar que uma garota com tantos problemas como eu sairia de casa hoje de manha como só mais uma estudante, e voltaria como empregada? Mal conseguia conter a felicidade que eu sentia dentro de mim. Sentia que era capaz de tudo, como se o céu fosse o limite! Estava muito ansiosa para poder contar para todo mundo que eu agora conseguiria ganhar meu próprio dinheiro… Como era bom estar orgulhosa comigo mesma… Eu já nem lembrava como era essa sensação. Mas como dizia alguém que eu não lembro o nome… Nunca comemore cedo demais o que ainda não foi alcançado, pois facilita que alguém puxe seu tapete. Ao me aproximar da frente de minha casa, avisto de longe Eduarda conversando com um mulher. “Bem, pelo menos dessa vez eu não seria a surpreendida da história”, pensei. Antes que Eduarda desse por conta que eu me aproximava, a tal mulher despediu-se dela com rapidez e se afastou antes que eu conseguisses ver ela com maiores detalhes.
-Quem era ela Eduarda!
-Mariana! Quer me matar do coração?! Que ideia é essa de se aproximar por trás?
-Você não me respondeu?
-Ah desculpa, eu to tentando me lembrar desde quando com quem eu converso é da sua conta!
-Olha, da para falar de uma vez, ou não? Ou prefere que eu fale durante o jantar que você anda recebendo pessoas estranhas em nossa casa?
-Ela, não é uma Estranha, Mariana, ela é minha mãe! - Fui pega de surpresa com aquela resposta. O que estava fazendo essa mulher por aqui? Pelo que soube uma vez, a mãe de Eduarda estava internada em um clínica.
-Mas a sua mãe não…
-Sim, ela estava, mas recebeu alta, e olha, sinceramente eu estou pouco me lixando para o que falam dela. Ela é minha mãe e eu a amo, e jamais irei abandonar ela! -Estaria eu conhecendo um lado mais humano de Eduarda?
-Eu… Não quis dizer isso… Mas é que toda vez que a gente se cruza ou você me ataca com quatro pedras na mão, ou está aprontando algo…
-Olha… Nem tudo gira ao seu redor, sabia?
-Okay, estou ficando assustada… Você esta bem estranha…
-Olha, esquece! Finge que você nunca me viu aqui fora, okay? Me faz esse favor?
-Mariana! Quer me matar do coração?! Que ideia é essa de se aproximar por trás?
-Você não me respondeu?
-Ah desculpa, eu to tentando me lembrar desde quando com quem eu converso é da sua conta!
-Olha, da para falar de uma vez, ou não? Ou prefere que eu fale durante o jantar que você anda recebendo pessoas estranhas em nossa casa?
-Ela, não é uma Estranha, Mariana, ela é minha mãe! - Fui pega de surpresa com aquela resposta. O que estava fazendo essa mulher por aqui? Pelo que soube uma vez, a mãe de Eduarda estava internada em um clínica.
-Mas a sua mãe não…
-Sim, ela estava, mas recebeu alta, e olha, sinceramente eu estou pouco me lixando para o que falam dela. Ela é minha mãe e eu a amo, e jamais irei abandonar ela! -Estaria eu conhecendo um lado mais humano de Eduarda?
-Eu… Não quis dizer isso… Mas é que toda vez que a gente se cruza ou você me ataca com quatro pedras na mão, ou está aprontando algo…
-Olha… Nem tudo gira ao seu redor, sabia?
-Okay, estou ficando assustada… Você esta bem estranha…
-Olha, esquece! Finge que você nunca me viu aqui fora, okay? Me faz esse favor?
Eu precisava parar de absorver tanto a energia dos outros quando estes estava em seus próprios conflitos, principalmente pelo motivo de eu ja ter que me preocupara com os meus próprios. Digo isso, pois aquela rápida troca de palavras com Eduarda havia mexido mais do que eu imagina comigo. Se eu fosse descrever o que estava sentindo, creio que “culpa" seria a definição mais condizente com meus sentimentos, mesmo que mais uma vez, não houvesse a menor lógica de eu estar com isso dentro de mim. Enquanto preparava-me para dormir, recebi uma ligação de ninguém menos do que Frans. Eu ainda não havia me acostumado com o fato de estamos namorando, acho que um pouco disso vem de eu não o ver com a mesma frequência de antes, pois agora ele estava cursando Psicologia em outra cidade. Foi necessário apenas ouvir sua voz para perceber que sentia sua falta. Por mais que Frans sempre fosse o melhor ouvinte para eu falar de minhas desgraças, optei por falar das coisas boas que haviam me acontecido durante aquela semana, e acabei não me arrependendo de assim fazer, pois aquela energia positiva que eu sentia cada vez que estávamos juntos, também pude perceber no tom de sua voz. Obviamente que não da mesma forma. Frans me falou do quanto estava apaixonado por todo aquele mundo novo que se apresentava diante dele. Aquela paixão por estar fazendo o que amava me animava e incentivava ainda mais para eu descobrisse a minha vocação!
-Mari tem tantas coisas que eu gostaria de te mostrar… Você bem que poderia passar uns dias comigo aqui…
-Eu adoraria, Frans… Mas como sabe, o buraco é um pouco mais em baixo, quando se tem quinze anos e é a caçula da família…
-Falando nisso, seu aniversário está próximo não é?
-É sim, por quê? Vai me fazer uma surpresa?
-Quem sabe…
-Mari tem tantas coisas que eu gostaria de te mostrar… Você bem que poderia passar uns dias comigo aqui…
-Eu adoraria, Frans… Mas como sabe, o buraco é um pouco mais em baixo, quando se tem quinze anos e é a caçula da família…
-Falando nisso, seu aniversário está próximo não é?
-É sim, por quê? Vai me fazer uma surpresa?
-Quem sabe…
No dia seguinte eu já estava no local onde começaria a minha experiência como profissional. Havia chegado meia hora antes do combinado, pois o fato de Fred ser bem neurótico com horários havia me deixado consideravelmente bem ansiosa, então resolvi seguir o lema de minha avó que dizia “Antes uma hora adiantada do que cinco minutos atrasada”. Rindo com aquela lembrança, não me dei conta de que atrás de mim alguém me observava. Alguém que realmente poderia estar em qualquer lugar, mas que me deixou surpresa por estar exatamente ali, diante a mim.
-Mariana?! O que você está fazendo aqui?
-Eu vim aqui para treinar para ser garçonete, Fred me falou para estar aqui cedo… E você? O que faz aqui?
-Estou aqui porque Fred me mandou treinar a novata que ele tinha contratado… Que pelo visto é a senhorita…
-Mariana?! O que você está fazendo aqui?
-Eu vim aqui para treinar para ser garçonete, Fred me falou para estar aqui cedo… E você? O que faz aqui?
-Estou aqui porque Fred me mandou treinar a novata que ele tinha contratado… Que pelo visto é a senhorita…