Aprendendo a Viver | Temporada 2 | Episódio 9
Narrado por Mariana
..."Frans, para, PARA! - falei enquanto as lágrimas desciam em minha face..."
-O que aconteceu, Mari, eu te feri? - Perguntou assustado com a minha reação.
-Não… Quero dizer Sim… Ai Frans… Eu não consigo…
-Mari calma… Podemos tentar outra hora… Está tudo bem…
-Não, não está tudo bem!
-Eu sei o que está acontecendo…
-Sabe?
-Sei… é por causa de Joaquim, não é? - Disse ele com um expressão que eu nunca havia visto em seu rosto, mas apesar de fazer sentido seu argumento, ele estava completamente errado. Não era por causa de Joaquim. O problema era eu! Ou melhor dizendo, o problema era justamente o “problema” que eu tinha com meu próprio corpo, mas eu simplesmente não conseguia dizer a verdade. Naquela altura, eu mal conseguia olhar nos olhos de Frans.
-Não é por causa dele… é por… Ai Frans é melhor você ir embora, hoje… Por favor…
-O que você quiser…
-O que aconteceu, Mari, eu te feri? - Perguntou assustado com a minha reação.
-Não… Quero dizer Sim… Ai Frans… Eu não consigo…
-Mari calma… Podemos tentar outra hora… Está tudo bem…
-Não, não está tudo bem!
-Eu sei o que está acontecendo…
-Sabe?
-Sei… é por causa de Joaquim, não é? - Disse ele com um expressão que eu nunca havia visto em seu rosto, mas apesar de fazer sentido seu argumento, ele estava completamente errado. Não era por causa de Joaquim. O problema era eu! Ou melhor dizendo, o problema era justamente o “problema” que eu tinha com meu próprio corpo, mas eu simplesmente não conseguia dizer a verdade. Naquela altura, eu mal conseguia olhar nos olhos de Frans.
-Não é por causa dele… é por… Ai Frans é melhor você ir embora, hoje… Por favor…
-O que você quiser…
Percebi, que com aquele pedido, não apenas tinha magoado uma das pessoas mais importantes para mim, como também havia o feito pensar que eu sentia algo por Joaquim… O que não era verdade… Ou será que era? Independente de eu saber, me senti sufocada depois que Frans havia reunido suas coisas e partido de minha casa. E só havia uma forma que eu conhecia para expulsar aquele sentimento de mim… Eu tive outra recaída… Quebrei mais uma vez a promessa que impedia que eu me agradasse daquele jeito. Entretanto, pela segunda vez eu havia sido pega… Porém dessa vez por minha mãe.
-Mariana Carvalho, posso saber o que você está fazendo? Ou melhor dizendo, a quanto tempo você tem feito isso?
-Mariana Carvalho, posso saber o que você está fazendo? Ou melhor dizendo, a quanto tempo você tem feito isso?
-Mãe… Eu sei que sou um monstro, okay… Mas por favor não me julgue agora, okay? - Ela percebeu o quanto eu estava abalada com tudo aquilo, então, inicialmente sentou ao meu lado no chão do banheiro, limpou meu rosto e ficou ali quieta cuidando de mim. Alguns minutos mais tarde, não sei dizer ao certo quantos, eu estava no sofá da sala sentada com minha mãe, enquanto ela acariciava-me, porem dessa vez quebrando o silencio entre nós e interrompendo meu choro desolado.
-Amor… Você precisa de ajuda…
-Me ajuda, mãe… Eu não quero mais fazer isso… Não quero mais sentir isso!
-Amor… Você precisa de ajuda…
-Me ajuda, mãe… Eu não quero mais fazer isso… Não quero mais sentir isso!
Após um pouco do conforto de minha mãe, e um longo banho eu me encontrava mais uma vez naquele quarto, onde tudo o que eu queria fazer era dormir o sono mais pesado do mundo e só acordar com todas aquelas confusões resolvidas dentro de mim.
No dia seguinte, eu optei por matar aula, pois estava me sentindo muito frágil após a noite anterior. Não havia conseguido reunir coragem suficiente para falar com Frans depois daquele fiasco da noite anterior, muito menos para falar sobre os vômitos que eu provocava toda vez que eu me sentia daquele jeito. Inicialmente eu comecei a fazer aquele tipo de coisa, por medo de engordar, mas já estava tornando-se algo frequente demais nos últimos tempos, pois sem que eu percebesse, já havia desaprendido a lutar contra a minhas angustias de outro modo, senão aquele, e como eu pensava que fazer aquilo me ajudava a manter meu peso, optei por esconder de todos… Escolha tola essa, a qual só fazia sentir mais culpa e angustias que consequentemente… Vocês podem imaginar no que resultava… A única coisa que eu não poderia deixar de ir era em meu emprego, pois sabia que aquele dia era um dos mais agitados e com certeza deixaria Quim em maus lençóis se eu resolvesse deixar ele na mão. Coisa que eu não fiz! Ao chegar lá, imediatamente fui bombardeada por inúmeras perguntas de Quim.
No dia seguinte, eu optei por matar aula, pois estava me sentindo muito frágil após a noite anterior. Não havia conseguido reunir coragem suficiente para falar com Frans depois daquele fiasco da noite anterior, muito menos para falar sobre os vômitos que eu provocava toda vez que eu me sentia daquele jeito. Inicialmente eu comecei a fazer aquele tipo de coisa, por medo de engordar, mas já estava tornando-se algo frequente demais nos últimos tempos, pois sem que eu percebesse, já havia desaprendido a lutar contra a minhas angustias de outro modo, senão aquele, e como eu pensava que fazer aquilo me ajudava a manter meu peso, optei por esconder de todos… Escolha tola essa, a qual só fazia sentir mais culpa e angustias que consequentemente… Vocês podem imaginar no que resultava… A única coisa que eu não poderia deixar de ir era em meu emprego, pois sabia que aquele dia era um dos mais agitados e com certeza deixaria Quim em maus lençóis se eu resolvesse deixar ele na mão. Coisa que eu não fiz! Ao chegar lá, imediatamente fui bombardeada por inúmeras perguntas de Quim.
-Mariana, o que houve, mulher? Por que essa cara? Você estava tão radiante ontem…
-Ai Quim… - Minha fragilidade não havia me dado uma sequer oportunidade para vestir a armadura de mulher forte que eu sempre vestia, em outras palavras, mal abri a boca e já comecei a chorar enquanto abraçava Joaquim.
-Hei, menina linda… Chora… Isso mesmo, pode chorar o quanto precisar, viu? Porque meu ombro vai continuar aqui…
-Obrigada, Quim… - Desabei a chorar, mais uma vez, mas per menos tempo agora.
-O que aconteceu, Ma?
-Eu tenho vergonha de falar, Quim…
-Hei… Você não precisa ter vergonha de mim… Mas entenderei se optar por manter seu machucado guardado ai dentro, mas olha só… Às vezes é bom abrir essa portinha ai dentro do seu coração, pois pelo menos um pouco da poeira ai vai embora… Além do mais, eu juro para você que seja o que for, ou vou estar com você, viu? Eu sempre vou estar com você…
-Ai Quim… - Minha fragilidade não havia me dado uma sequer oportunidade para vestir a armadura de mulher forte que eu sempre vestia, em outras palavras, mal abri a boca e já comecei a chorar enquanto abraçava Joaquim.
-Hei, menina linda… Chora… Isso mesmo, pode chorar o quanto precisar, viu? Porque meu ombro vai continuar aqui…
-Obrigada, Quim… - Desabei a chorar, mais uma vez, mas per menos tempo agora.
-O que aconteceu, Ma?
-Eu tenho vergonha de falar, Quim…
-Hei… Você não precisa ter vergonha de mim… Mas entenderei se optar por manter seu machucado guardado ai dentro, mas olha só… Às vezes é bom abrir essa portinha ai dentro do seu coração, pois pelo menos um pouco da poeira ai vai embora… Além do mais, eu juro para você que seja o que for, ou vou estar com você, viu? Eu sempre vou estar com você…
Enquanto isso na casa de Camila...
-Ué... Ta fazendo o que ai, Frans?
-Nada!
-Credo que bicho te mordeu? Você não ia dormir na Mari, o que aconteceu?
-Pergunta para ela, porque eu pelo visto sou o último que sabe das coisas por aqui...
-Ai Frans... Pega leve...
-Na boa, eu as vezes me pergunto se não estou perdendo meu tempo com a Mari... Eu falo mil vezes para ela que acho ela linda... Que não precisa ficar noiada com o corpo dela...
-Ai mano... Você precisa ter paciência... Eu vejo todos os dias o quanto é difícil para ela lidar com os próprios pensamentos... Não é a toa que ela se submeteu a fazer aquelas besteiras com a comida e...
-Fazer o que com a comida?! Do que você ta falando?
-Ai, droga, nada, esquece que eu falei isso, tá?
-Camila, você ta me escondendo o que? é da saúde da minha namorada e sua melhor amiga que estamos falando!
-A Mariana vai comer o meu fígado se eu falar...
-E eu vou fazer um banquete a luz de velas com os seus órgãos se você não me falar agora!
-Eu não sei muito sobre isso, Frans... Mas acho que a Mari desenvolveu bulimia...
-COMO É QUE É?!
-Ué... Ta fazendo o que ai, Frans?
-Nada!
-Credo que bicho te mordeu? Você não ia dormir na Mari, o que aconteceu?
-Pergunta para ela, porque eu pelo visto sou o último que sabe das coisas por aqui...
-Ai Frans... Pega leve...
-Na boa, eu as vezes me pergunto se não estou perdendo meu tempo com a Mari... Eu falo mil vezes para ela que acho ela linda... Que não precisa ficar noiada com o corpo dela...
-Ai mano... Você precisa ter paciência... Eu vejo todos os dias o quanto é difícil para ela lidar com os próprios pensamentos... Não é a toa que ela se submeteu a fazer aquelas besteiras com a comida e...
-Fazer o que com a comida?! Do que você ta falando?
-Ai, droga, nada, esquece que eu falei isso, tá?
-Camila, você ta me escondendo o que? é da saúde da minha namorada e sua melhor amiga que estamos falando!
-A Mariana vai comer o meu fígado se eu falar...
-E eu vou fazer um banquete a luz de velas com os seus órgãos se você não me falar agora!
-Eu não sei muito sobre isso, Frans... Mas acho que a Mari desenvolveu bulimia...
-COMO É QUE É?!
Com tantas coisas me atormentando, a ultima coisa que eu conseguia me lembrar era da pessoa que me enviava e-mails anonimamente, que estava mais perto do que eu poderia supor...
-Com licença, eu posso te ajudar?
-Jesus!
-Não, me chamo Luciana e você é?
-Eu... Ah... Eu me chamo Emma senhora...
-Cruzes, não me chama assim que me sinto velha... Bem, procura por alguém Emma?
-Na verdade, sim... Procuro por Mariana Monteiro, ela está?
-Bem... Então somos duas... Minha filha virou fumaça de ontem para hoje... Mas se eu conheço ela ela deve estar trabalhando, mas creio que logo ela vem para casa... Você não quer entrar e esperar? Assim aproveita e me conta como se conheceram, Emma...
-É melhor não... Eu... Eu preciso ir para casa Luciana, foi um prazer, viu?
-Ei espera! eu não te conheço de algum lugar? Você me lembra alguém...
-Com licença, eu posso te ajudar?
-Jesus!
-Não, me chamo Luciana e você é?
-Eu... Ah... Eu me chamo Emma senhora...
-Cruzes, não me chama assim que me sinto velha... Bem, procura por alguém Emma?
-Na verdade, sim... Procuro por Mariana Monteiro, ela está?
-Bem... Então somos duas... Minha filha virou fumaça de ontem para hoje... Mas se eu conheço ela ela deve estar trabalhando, mas creio que logo ela vem para casa... Você não quer entrar e esperar? Assim aproveita e me conta como se conheceram, Emma...
-É melhor não... Eu... Eu preciso ir para casa Luciana, foi um prazer, viu?
-Ei espera! eu não te conheço de algum lugar? Você me lembra alguém...
-Ai Quim, o que tem de errado comigo? Por que eu não consigo gostar de mim mesma? Por que é tão horrível me olhar no espelho…
-Olha, é normal nos sentirmos assim conosco ás vezes, pois todos temos dias ruins… Mas olha, não sei vale de alguma coisa, mas para mim, você é simplesmente única Mari… Eu não sei explicar exatamente o que é, mas existe um brilho em você, mais especificamente em seu olhar que toda vez que eu olho, sinto uma vontade me tornar uma pessoa melhor…
-Ai Quim…
-Olha, é normal nos sentirmos assim conosco ás vezes, pois todos temos dias ruins… Mas olha, não sei vale de alguma coisa, mas para mim, você é simplesmente única Mari… Eu não sei explicar exatamente o que é, mas existe um brilho em você, mais especificamente em seu olhar que toda vez que eu olho, sinto uma vontade me tornar uma pessoa melhor…
-Ai Quim…
-Shiu, que eu não terminei… Como se não bastasse você ter esse olhar iluminado, é simplesmente a garota mais corajosa, sensível e mandona que eu conheço… Estar perto de você é o momento que eu mais me sinto livre, Mari… Ao seu lado eu me sinto cem por cento livre para ser a mim mesmo, sem mascaras, sem medos, apenas desejo de me tornar alguém melhor…Você é incrível, menina… Maravilhosa, doce, engraçada… - Os olhos de Quim não desviaram um segundo sequer do fundo dos meus. Capa palavra que seus lábios liberavam em minha direção me atingiam como um abraço apertado e caloroso. E aqueles lábios… Como esquecer daqueles doces lábios? - Mari… - Continuou ele, percebendo que eu estava completamente conectada com o que ele me dizia. - Eu sei que faz tempo… Mas lembra daquele dia em que nos encontramos naquela festa… Mari, eu ainda sinto isso… Meu Deus, honestamente eu acredito que esteja mais forte do que antes… Eu sei que eu prometi… Mas, por Deus… Eu prometi ser sempre honesto com você… E a verdade é que a cada dia que se passa desde aquele em que nos beijamos… Eu tenho mais certeza de que te amo… Eu amo cada parte de você… Até as que você acha que são defeitos… Por Deus, Mari… Eu te amo… E é melhor eu parar de falar, por que senão eu não vou conseguir segurar essa vontade que eu sinto de beijar você. Aqui e agora. - Joaquim deu as Costas.
-Quim! Espera! - Ele virou quase que em câmera lenta. Então eu percebi que Frans não estava errado com suas suspeitas. - Eu também te amo, Joaquim! - Falei instantes antes de beija-lo.
-Quim! Espera! - Ele virou quase que em câmera lenta. Então eu percebi que Frans não estava errado com suas suspeitas. - Eu também te amo, Joaquim! - Falei instantes antes de beija-lo.