Follow your dreams and don't forget to smile ;)
Para compreender o mundo a partir da visão de alguém que sofre de um transtorno alimentar deve-se ter em mente, antes de tudo que esse alguém possui uma visão completamente distorcida de si mesmo, a qual o leva a desenvolver uma ciência de inferioridade, gerando inúmeros problemas de autoestima. Como é possível identificar na primeira temporada de Aprendendo a viver, a protagonista Mariana logo no início demonstra sinais de complexo de inferioridade, além dos conflitos internos normais aos adolescentes de sua idade, os quais são potencializados por conta da visão errônea que a personagem tem de si mesma.
O que quero destacar nesse tema, que ainda será muito presente em Aprendendo a viver, é que cada decisão que tomamos, sendo ela boa para nós ou não, tem sempre como objetivo servir de ferramenta para lidarmos com as angústias em nossos corações e que por esse motivo não se deve jamais julgar alguém por vomitar depois de comer, no caso da bulimia, pois para essa pessoa esse é o único modo que ela encontra de expelir de si mesma aquilo que a machuco no subjetivo de seu ser. Nosso dever como, não digo nem como psicólogo ou amigo, mas como ser humano é ajudar essas pessoas a enxergarem que há outros meios de aliviar esses sentimento, como por exemplo estar presente quando esta pessoa precisar de um colo, ou importar-se de fato com os sentimentos desta. Devemos nos lembrar que por baixo daquela agressão há uma pessoa precisando ser ouvida, uma pessoa que está perdida e principalmente cega sobre seus valores. Para entender mais a complexidade da personagem de Mariana e de seu universo eu me baseei muito em meus próprios sentimentos, pois para quem não sabe eu já tive uma relação bem complicada comigo mesma, pois assim como a Mari eu possuía uma visão completamente torta a respeito de meu corpo e acreditava fielmente que não estava aos pés de outras pessoas as quais eu considerava como superiores. A beleza era algo inalcançável para mim, e depois eu entendi o porque disso. Houve uma época em que a missão que eu havia estabelecido a mim mesma era sempre focada em me tornar cada vez mais magra, pois via na magreza o elemento que faltava para eu me tornar confiante sobre quem eu era, e o ponto é que tanto briguei nas minhas guerras internas que consequentemente emagreci muito. Não cheguei a nenhum extremo, mas admito que inúmeras vezes eu estive perto de agir como a Mari, mas nunca soube como fazer ( felizmente ). Contudo, para meu desespero, por mais eu estivesse com um corpo próximo aos padrões que eu almejava, por mais que eu constantemente era elogiada por ser determinada e persistente com meus sonhos, por dentro eu estava completamente perdida e sofrendo, pois não entendia como era possível que eu me sentisse ainda tão mal comigo mesma, se eu já estava praticamente como eu desejava. Por dentro eu não me bastava. Nomeava de sorte e azar quando as circunstâncias de vidas alheias eram comparadas a minha vida pela minha pior inimiga, eu mesma! Hoje eu vejo claro como a água que eu precisava de ajuda, e não de mais motivos para continuar buscando pelo inalcançável. Preciso ser honesta com você ai que está lendo, eu estaria sendo hipócrita se dissesse que sou puro amor comigo mesma, pois ainda há dias em que fico mais fragilizada, com rancores do passado, mas a verdade é que da mesma forma em que sou honesta quando digo quando me sinto desapontada com minha aparência, também serei ao dizer que hoje tenho uma relação mais saudável com quem descobrir ser a pessoa mais importante de minha vida, que vem antes de quaisquer opiniões alheias, a única pessoa capaz de realmente fazer a diferença em minha vida: Eu mesma!
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Sobre mim:Meu nome é Sabina Maria Stedile, tenho 22 anos e estou cursando o 6◦ semestre de Psicologia na Universidade Feevale, Novo Hamburgo - RS. Gaúcha e fã de um chimarrão, independentemente da estação. Gosto de pensar em mim como uma desbravadora da vida! Amo escrever, e almejo um dia publicar meus livros. Em outras palavras, sou apenas uma garota do sul em busca de seu verdadeiro norte. Histórico
Fevereiro 2020
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