Follow your dreams and don't forget to smile ;)
" 20 de novembro de 2016... Meu querido Diário...
Nunca irei me esquecer de como foi tudo acontecendo... Enquanto meus olhos se fechavam, meus lábios se abriam para poder apreciar aquele gosto novo... Mesmo que meu coração pulsasse nervoso, momentos antes, naquele momento em especial tudo se acalmou e sereno ficou. Por muito tempo guardei em segredo essa caixa, que nos últimos tempos havia despertado em mim uma imensa curiosidade sobre o que poderia existir dentro da mesma, trancafiada e cheia de segredos, a qual eu não possuía a chave... Até você aparecer... Não sei dizer ao certo se foram suas palavras, ou suas carícias, mas você conseguiu... Somente você... Sim... Somente você foi capaz de destrancar essa caixa naquela madrugada do dia 20... Dentro daquele carro, onde os vidros chegavam a estar embaçados por conta de nossa respiração ligeira, pude enfim descobrir o mistério que havia dentro daquela caixa repleta de tabus e segredos. No exato momento em que fechei meus olhos, finalmente fui capaz de enxergar boa parte do que jazia dentro daquela misteriosa caixa. Havia, escondido, um oceano de novas sensações, pensamentos e, principalmente, novos sentimentos: Prazer, dor, desejo, carinho... Tudo em minha mente e coração eu enxergo de uma maneira diferente a de antes. Após me dar conta do que estava acontecendo. Deu-me vontade de gritar com todo meu pulmão... Minha caixa finalmente foi aberta e meus olhos possuem habilidade de ver além do que eu jamais pensei poder enxergar..." Depois de algum tempo posso dizer que nunca em toda minha vida senti tamanha decepção... É uma mistura de sentimentos como medo e tristeza. Agora, quase uma semana depois ao ocorrido sinto o dever de me abrir com vocês... Eu fui roubada! E quando digo isso, não me refiro apenas ao bem material que foi tirado de mim, mas também a minha autonomia para algumas coisas simples, como caminhar na rua e poder observar os pequenos e belos detalhes da natureza em minha volta, ou de pessoas interagindo umas com as outras de diversas formas, ou até mesmo de me apaixonar pelas nuvens formando imagens que, em minha mente e coração, fazem sonhar... Quando recusei a entregar o meu objeto aquele homem, foram questões de segundos para que ele levasse suas mãos ao meu pescoço e apertasse com força... Eu não conseguia pensar em nada além de gritar, não podia acreditar que uma pessoa poderia estar em tamanho desequilíbrio. Quando vi que já era tarde de mais para fugir daquela situação, e aquele homem corria para longe, foi então que percebi que por incrível que pareça, não era ódio, ou rancor que dominava meu coração... Era pena... Aquela pessoa, era um homem cego. Um homem que perdeu a capacidade de enxergar as pessoas, um homem que perdeu a capacidade de acreditar naquilo que realmente importa enquanto estamos vivos: O amor aos outros, e principalmente a ele mesmo! Ou seja, para alguém como ele, é quase impossível sentir algo leve e bom... Os sentimentos são aquilo que unem as almas, sejam bons ou ruins. Talvez seja por isso que eu só consiga sentir pena de uma pessoa assim... Por mais que eu esteja ferida em meu interior, não vou deixar que isso faça eu perder minha esperança nas pessoas, pois eu já vi com meus próprios olhos o quanto o ser humanos pode ser grandioso e bom. Tenho ciência do quão mais importante é guardar em nosso coração as boas lembranças, do que deixar com que as tóxicas memórias ruins me transformem em alguém que eu não quero ser...
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Sobre mim:Meu nome é Sabina Maria Stedile, tenho 22 anos e estou cursando o 6◦ semestre de Psicologia na Universidade Feevale, Novo Hamburgo - RS. Gaúcha e fã de um chimarrão, independentemente da estação. Gosto de pensar em mim como uma desbravadora da vida! Amo escrever, e almejo um dia publicar meus livros. Em outras palavras, sou apenas uma garota do sul em busca de seu verdadeiro norte. Histórico
Fevereiro 2020
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