Follow your dreams and don't forget to smile ;)
Era quarta feira de manhã, quando fui me dando por conta de que meses de espera haviam finalmente chegado ao fim. Nessa mesma quarta feira eu embarcaria no avião em rumo ao Canadá. Seria a primeira vez que eu viajaria para fora do país, da mesma forma em que seria também a primeira vez em que eu passaria mais tempo longe de minha família e amigos. Mal conseguia comer de tanta ansiedade. Ainda naquele dia, eu trabalharia cerca de dois turnos, para somente daí então prosseguir com o caminho da viagem. Meus pais haviam recomendado para que eu ficasse em casa naquele dia, descansando, porém, não me arrependi nem um pouco de ter continuado com minha rotina normal. Ao anoitecer, me encontrava com o coração na boca, pois já não eram mais questões de dias que me separavam dessa aventura, e sim de meras horas. Fora combinado que todos que faziam parte desse grupo da viagem, iriam juntos, nos encontrando primeiramente em frente a empresa de turismo, e assim foi feito. Após me despedir de meus pais, e entrar no microônibus senti surgir em mim um verdadeiro espirito aventureiro que se alimentava dessa paixão pelo desconhecido. Eram todas pessoas das quais eu nunca tivera um contato mais profundo. A principio eu estava me sentindo, finalmente, sozinha. Solidão é algo visto como algo ruim, mas no meu caso, a solidão daquela experiência soava como algo libertador. Era ótimo me sentir independente e dona de meu nariz por tanto tempo. Todas as pessoas de nosso grupo, exceto um, eram mais velhas que eu, com meus dezenove anos de idade. A pessoa excessão do nosso grupo acabou por se tornar uma das pessoas mais inteligentes que eu pudera conhecer. Acredito que possa dizer que nos tornamos bons amigos durante essa viagem ao exterior, pois passamos por muitas e boas situações, das quais ainda irei relatar. Ao chegarmos no aeroporto, me deparei com meu primeiro perrengue: Quase não pude embarcar! O que aconteceu foi o seguinte: Eu estava indo ao Canadá, mas eu tinha apenas o visto americano, e para eu poder desembarcar no canada precisava de um documento nomeado ATA, o qual tornaria essa viagem possível. Fiz o bendito documento na mesma época em que fiz meu visto americano, e quando fui retirar meu passaporte com a agência, a mesma havia afirmado que eu não precisaria do papel comprovando minha ATA, pois era algo que poderia ser comprovado com apenas meu passaporte. Na teoria, porque na prática foram outros quinhentos. Nos quinze minutos do segundo tempo, um rapaz muito gentil do aeroporto conseguiu imprimir esse documento para mim, o que graças a Deus tornou o primeiro embarque possível. Ao entrar no avião e finalmente me encontrar sentada em meu acento, pude em fim relaxar. Em alguns minutos eu estaria deixando tudo para trás e apenas me concentrando no que ia acontecer dali em diante. Tive uma sensação um tanto quanto engraçada, pois misturava tanto euforia pelo desconhecido, mas também um certo receio dos desafios que enfrentaria. As primeiras horas no avião foram um pouco solitárias pois estava cercada de estranhos ( naquela altura todos eram desconhecidos para mim, exceto minha ex professora de inglês que nos acompanhava nessa aventura. A ansiedade não me permitia dormir, então pensei em continuar a leitura de um livro que havia iniciado há alguns meses atrás, porém essa leitura não passou de poucas páginas, pois o sono começou a dar o ar de sua graça, e como tinha mais 6 horas de voo pela frente me rendi a ele. Não me lembro ao certo quanto dormi, mas me lembro bem de como foi acordada, pois foi de certa forma meio familiar. Estava sentada ao lado do corredor e próximo a mim na outra coluna de acentos um homem gigante roncava mais alto que uma serra elétrica. Fechava os olhos e em menos de cinco segundos parecia que estava prestes a engolir sua própria língua, era cômico, mas me deu pena da mulher que estava ao seu lado, que mais tarde eu descobriria que ela ia ser minha colega de quarto. Devo ter levantado umas duas ou três vezes durante esse primeiro vôo que naquela altura estava todo escuro apenas com uma luz azulada. Conversei com mais pessoas que estavam acordadas, incluindo minha professora. Mais uma vez em meu acento, procurei aproveitar que o homem havia parado de tentar engolir a própria língua, para retomar meu sono, com sucesso. Ao acordar mais uma vez, percebi que o céu ja estava clareando e os comissários começavam a servir o café da manhã, que admito, me impressionou. Aquelas panquecas estavam incríveis, meu estômago ficou muito feliz em digeri-las, disso eu tenho certeza. Quando finalmente o avião pousou no Panamá, me deparei com o segundo desafio: Conseguir desembarcar no País! Ficaríamos cerca de 12 horas no Panamá até nosso vôo ao Canada, isso era fato. Entretanto foi por pouco que eu não fiquei todo esse tempo dentro do aeroporto. Para desembarcar no Pais eu precisaria ter a vacina de febre amarela, algo que eu não tinha. Eu só fui descobrir que precisava, faltando cerca de cinco dias pra a viagem, olha que beleza. E para completar, de nada adiantaria eu fazer naquela altura do campeonato, pois precisaria ter 10 dias de antecedência da viagem pelo menos, ou seja, não ia rolar mesmo. Fora que com minha sorte nos últimos dias era capaz de eu ter reação caso optasse por fazer a vacina nesses últimos dias. Acabei não fazendo. Todavia, consegui um atestado que me permitiu entrar no país sem a vacina. Mas foi por pouco. O Panamá é sem dúvida um lugar lindíssimo, que sem dúvida enche os olhos, tanto por sua arquitetura quanto por sua natureza. O único detalhe que me esgotou um bocado era o calor equatorial que me desidratou um bocado naquele dia. Tive a oportunidade de conhecer o famoso Canal do Panamá que era imenso e muito lindo. Nesse primeiro momento, pude observar que junto de nosso grupo, pessoas do mundo inteiro nos acompanhavam nesse passei. Recordo-me de ouvir pelos menos uns 5 idiomas diferentes. Mais tarde, tivemos a oportunidade de visitar um museu sobre a história do canal. A essa altura podia sentir meu estômago nas costas de tanta fome, porém só fui comer algo no próximo lugar em que iríamos: No Shopping do Panamá, o qual não consigo recordar o nome. Não sei se era a minha fome que havia me deixado de mal humor, o tempo que a comida demorou, ou a soma dos dois juntos, mas quando finalmente havia sentando em uma mesa e só me restava esperar a comida, sentia-me com a disposição de um chinelo velho. Quando meu prato havia chegado, devorei ele em dois minutos. A escolha desse prato foi quase que as cegas, pois o cardápio estava completamente em espanhol, onde a única coisa que eu sabia o que significava era ˜pollo˜ que era frango, e como eu amo frango, apostei minhas fichas nesse prato. Para minha sorte, o prato no geral estava muito bom. A única coisa que eu não gostei foi de uma salada diferente que veio de entrada. Parecia um capim cozido. Tentei comer, mas não rolou. Eu estava um verdadeiro buraco sem fundo naquele dia, tanto que após aquele almoço inventei de tomar um sorvete. Nunca odiei tanto um sorvete na minha vida, e digo isso não por causa do sabor, pois estava muito bom. O sorvete me deixou completamente lambuzada e na hora de encontrar um banheiro para me limpar todos pareciam ter simplesmente sumido. Após sairmos daquele shopping, estávamos a caminho de mais umas vez ao aeroporto. |
Sobre mim:Meu nome é Sabina Maria Stedile, tenho 22 anos e estou cursando o 6◦ semestre de Psicologia na Universidade Feevale, Novo Hamburgo - RS. Gaúcha e fã de um chimarrão, independentemente da estação. Gosto de pensar em mim como uma desbravadora da vida! Amo escrever, e almejo um dia publicar meus livros. Em outras palavras, sou apenas uma garota do sul em busca de seu verdadeiro norte. Histórico
Fevereiro 2020
|